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terça-feira, 14 de maio de 2013

Sir Paul, Generoso


Estive no Castelão. Poderia contar sobre a odisseia de lá chegar e sair, do calor sufocante, mas tudo isso me parece menor comparado à figura única de Paul McCartney.

Sempre fui admirador de sua obra, mas o show aqui em Fortaleza, trouxe-me um algo mais que não costumo sentir por artistas ou celebridades quaisquer que sejam. A relação entre artistas e seus fãs é simbiótica. Não existem um sem outro. Artistas precisam de audiência, afinal, obtê-la é razão de sobrevivência. Ocorre que nos dias atuais a indústria da celebridade trabalha forte para criar ídolos que, pelo artificialismo de sua criação, são cada vez mais efêmeros. 

Paul não tem nada de efêmero.  Com os garotos de Liverpool ou em carreira “solo”, Paul sempre criou e encantou. Sua postura sem exotismos, também já me era conhecida. Aqui em Fortaleza mostrou-se detentor de um carisma que me tocou.  Talvez estive esperando que ele agisse de acordo com o que sua fama lhe daria o direito (a tirar pelo comportamento esnobe de grande partida dos famosos de hoje em dia). Ao contrário, Paul foi de um profissionalismo, uma simplicidade e uma classe sem tamanho.

Paul se preparou para compartilhar seu palco. Senti seu prazer em fazer sua audiência alegre com sua música. Seu interesse em se conectar com os cearenses foi tocante. Claro que era tudo programado. As “pescas” escritas em português e cearês que usava demonstrava isso. Mas porque aquilo tudo não soava falso? Porque era dito por Paul. Porque ele não precisava daquilo. Se fizesse um show tecnicamente correto todos iriam adorar. Quis ir além. E foi. Havia uma generosidade no ar. Ele tinha mais a nos dar do que nós a ele. O mais incrível é que no final, creio que ele ficou feliz. É a plenitude da relação simbiótica. A realização do astro pela emoção dos fãs. Astro. Essa palavra está muito bem aplicada a Paul. Ele não é desse planeta.

* Artigo publicado na coluna Opinião do O Povo de hoje

domingo, 5 de maio de 2013

Chez André

O restaurante Chez André na Dom Joaquim (perto da Monsenho Tabosa) me foi uma surpresa agradável ontem a noite. Como apreciador da cozinha francesa, estava um pouco cansado de ir a restaurantes que propõem pratos típicos franceses, mas que são na verdade adaptações. Não que não veja valor nessas adaptações, pelo contrário, elas normalmente agregam temperos regionais e produzem sabores inusitados. Mas estava com saudades do tempero genuinamente francês.

No Chez André pude comer um excelente filé com Morilles (um cogumelo que não havia ainda encontrado em restaurantes brasileiros) que deu um gosto maravilhoso ao molho de manteiga. Batatas sautés com tomates provençal acompanhavam com perfeição.

Além da boa comida, o ambiente é bem pitoresco. Uma pequena casa, comprida mas estreita, sem muito requinte e circundada de casas com moradores na calçada (alguns comendo um churrasquinho) forneceu um ar bem peculiar ao local. Bem diferente dos restaurantes requintados da cidade. Para ter uma ideia, para ir ao banheiro é necessário cruzar a cozinha onde o maitre francês André  está com ajudantes a preparar os pratos. Curioso.

O preço é salgado. No mesmo patamar dos restaurantes caros da cidade. Talvez o fato de ter poucas mesas tenha levado o proprietário a optar por atingir um público seleto. Uma aposta ousada. Deverei voltar. Aconselho conhecer.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Conectado

Minha entrevista a Arenusa Goulart esta semana na TV O Povo. Um papo leve e descontraído.