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segunda-feira, 26 de março de 2012

Cidades e Agentes Inteligentes

Tenho escrito sobre cidades inteligentes (sugiro ler sobre o Zipcar index para saber mais sobre esse conceito), em especial sobre o quanto acho importante o papel de dados abertos governamentais neste contexto. Gostaria de enfatizar aqui a relação existente entre dados abertos governamentais e inovação. Para tanto vou fazer inicialmente um paralelo entre os conceitos de cidade inteligente e agente inteligente dentro do contexto da Inteligência Artificial (IA).

A IA moderna fugiu do debate filosófico do que é inteligência adotando o conceito de agente inteligente que se baseia em dois princípios básicos. autonomia e racionalidade. Um agente autônomo é capaz de decidir seu rumo e para isso age em busca de maximizar uma ou várias medidas de performance que serão balizadoras de suas ações e indicarão o quão racionais elas são.

Acredito que podemos pensar analogamente para postular que uma cidade inteligente deve ser autônoma para usar as informações produzidas no âmbito da interação desses agentes em busca do bem comum da coletividade. 

Considero que uma política de dados abertos é infraestrutura para o desenvolvimento de uma cidade autônoma e racional. Deixem-me dar um exemplo simples. Cidades autônomas usam informações sobre tráfico de veículos para auxiliar os cidadãos sobre que rota  ou que meio de transporte tomar e assim serem mais racionais no uso do recurso escasso não renovável. Para que isso seja possível as informações sobre tráfego devem estar disponíveis de forma que empresas, jornalistas, autônomos, estudantes, enfim, empreendedores de uma forma geral possam criar serviços a serem usados por todos. Governos que agem desta maneira tomam ações concretas e claras na direção do fomento à inovação. Veja um bom exemplo disso com o que ocorre em Chicago com seu IdeaHack Day.

Além do aspecto da inovação, uma política consistente de coleta e provimento de dados abertos é estratégica para geração de oportunidades para empreendedores além de combater os monopólios. Se os dados estiverem na mão de uma única empresa, como é o caso de alguns dados que estão com a Google, os governos vão acabar reféns das mesmas o que pode prejudicar o desenvolvimento. Para que exemplo mais gritante do que as informações geográficas representadas no Google maps. Trata-se de infraestrutura básica que deveria fazer parte dos governos e estar disponível a todos. Hoje isso é praticamente carta fora do baralho. Embora iniciativas como Open Street Map existam, nenhum governo no mundo tem dados geográficos no nível de precisão do Google, Microsoft, etc. Fácil ver que ainda há muita inteligência a ser providas às nossas cidades.

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