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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

5 em 5

Todos os anos a IBM lança um relatório em que faz previsões sobre o que será revolucionado nos próximos cinco anos devido às novas tecnologias emergentes.  Creio que esse negócio de fazer previsões em tecnologia é uma grande peça de marketing. É tarefa tão difícil que não acredito que os pesquisadores da IBM estejam preocupados com a acurácia das mesmas, mas como eles sabem que reverbera, nada como um relatório desses para ganhar mídia espontânea. No relatório deste ano, as seguintes previsões foram feitas:

Energia vinda das pessoas e das coisas que usamos. Em breve, os pesquisadores da IBM acreditam que até o próprio corpo humano servirá como fonte de energia para sensores e chips instalados no corpo humano.

Identidade biológica, características biológicas serão de mais em mais a forma mais natural de identificar um dispositivo digital e de se identificar par esses dispositivos. Senhas serão coisas do passado. Chegaremos em um caixa eletrônica e bastará falar nosso nome para ser atendido.

Leitores digitais da mente. Tecnologias que permitem a interação com computadores através do pensamento serão difundidas. Já escrevi sobre Brain Human Computer Interface aqui mesmo no blog

Fim do Gap Digital. Devido à difusão das tecnologias digitais móveis, inclusão digital não será mais necessária. As pessoas serão incluídas naturalmente.

Personalização da informação será natural. Publicidade, por exemplo, será tão precisa em relação aos interesses dos usuários que o número de spam será cada vez menor e mais fácil de ser detectado.

As previsões variam radicalmente em termos de viabilidade e impacto. As duas primeiras previsões estão mais no campo da ficção científica. Em matrix, o ser humano já servia de bateria para máquinas, enquanto que em Gattica tínhamso todos identificadores únicos. As duas últimas são bem mais viáveis e não envolvem tanta revolução assim. Na verdade, a IBM tem investido forte em Business Intelligence, Smart Cities e outros termos midiáticos referentes ao tratamento de grandes volumes de dados. Era de se esperar que esse tipo de tema fizesse parte de um relatório vindo de lá.

A questão da inclusão digital me parece mais retórica. Contempla um otimismo meio que alienante. Afinal de contas, sem inclusão educacional fica difícil acreditar em inclusão digital. Não sei para que mundo a IBM está olhando.

Agora um ponto crucial que é quase ortogonal à essas precisões é de que elas agridem radicalmente à nossa privacidade e levanta mesmo questões morais sobre o acesso de nossas informações mais íntimas. Essas questões não parecem ser interessantes de serem levantadas pelos pesquisadores da IBM, pelo menos não em uma peça publicitária. Veja mais sobre as previsões no vídeo abaixo (em inglês):


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