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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A Ética do Reconhecimento na Web

Todo mundo gosta de ser reconhecido. Já experimentaram a sensação de ter lido ou escutado alguém falar de algo, como se fosse uma grande novidade, que foi você o primeiro a lançar ?  Frustrante.

Mas não se trata de algo que causa somente frustração. No mundo acadêmico, por exemplo, é inadmissível usar a ideia de alguém sem fazer uma referência clara de onde se extraiu essa ideia. Outros exemplos de contextos similares são os da produção artística escrita, audiovisual, sonora e da produção de software. O uso indevido de propriedade intelectual de outrem sem a devida referencia ou autorização é chamado de plágio. Com o passar do tempo, legislações específicas para definir punições para quem realiza plágio foram feitas em todo o mundo.

A era digital que vivemos, em especial a Web 2.0,  estão a impactar fortemente a questão dos direitos autorais. Primeiro, todas as produções culturais estão hoje em modo digital. Tudo vira bits e pode ser fácil e rapidamente transmitido para qualquer lugar. A Web 2.0 potencializou o impacto, pois permitiu o aumento radical da produção de conteúdo. O que era antes controlado por objetos físicos, como discos, fitas, filmes, etc. é hoje bem mais difícil de controlar.

Não quero aqui neste espaço de reflexão entrar nos meandros da lei sobre propriedade intelectual. Aos interessados, sugiro ler Remix e The Wealth of the Networks  para uma boa introdução. Queria, no entanto, elaborar o conceito de reconhecimento para ações, digamos, menos importantes, que não exigiriam rigor de penalidades nem do controle do Estado. Falo somente do reconhecimento de quem disse algo na web.

Isso está presente em muitas das ações que fazemos, embora nem sempre percebido. Quando se escreve um texto em um blog, por exemplo, é de bom alvitre que alguém, ao usar o texto ou pelo menos repassar a ideia, reconheça o autor original. No Twitter, acontece o mesmo de forma até mais explícita. Ao se concordar com o que alguém disse. Pode-se reconhecer o autor retuintando (RT) ou mencionando (@) a pessoa que tuitou originariamente.

Na verdade, no Twitter essa ética de reconhecimento ainda é mais sutil. O Twitter se caracteriza pela informação imediata. O tempo em que ela foi publicada é um fator que importante de ser reconhecido pelos outros. Assim sendo, se você quer dizer algo, mas alguém já o disse, retuite, não diga o mesmo de novo. Essa é a prática, mais honesta para manter-se em acordo com a ética do reconhecimento que permeia todo esse contexto.

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