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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A História do Ceará na Web


Grata satisfação tive ao revisitar o site criado por Gildácio de Almeida Sá com documentos, fotos e textos sobre a história do Ceará. A iniciativa de Gil, colega de longas datas desde minha entrada no antigo SEPROCE, é louvável e merece todo o nosso apoio.

O site (http://www.ceara.pro.br) vem cotidianamente sendo atualizado e contém muito mais material do que quando tinha consultado anteriormente. Segundo Gildácio, já está com cerca de 6GB de documentos e informação. Informações sobre livros raros, fotos e documentos da Fortaleza Antiga, biografias de cearenses ilustres e links diversos a outros portais da história cearense.

Já sugeri ao Gildácio que crie um canal para receber contribuições dos cidadãos cearenses. Tem muita coisa memorável que está guardada nas gavetas dos cearenses e que poderia estar disponível para consulta no site.

Concentrei-me em explorar Fortaleza, em particular a Gentilândia de meu avô e de meu pai. Pois não é que Seu Joca está lá presente em foto ao lado de sua mercearia que eu freqüentava quase todos os domingos antes de ir ao jogos de futebol no PV. Emocionante!


terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Lei Seca para Bares e Restaurantes


Vira e mexe, a proposta de criar uma lei para proibir a venda de bebidas alcoólicas a partir de um certo horário da noite vem à tona. Sem nenhuma pretensão de rigor jurídico interpreto que leis são normas criadas por uma sociedade com o objetivo de organizar a vida comunitária. No entanto, outros fatores que lhes estão pari passu são a moral e a cultura. A sinergia entre esses conceitos é essencial para a efetividade das leis.

Um exemplo bem sucedido disso foi visto no governo de Antanas Mockus, prefeito de Bogotá por duas vezes, na implantação do que chamou de cultura cidadã. Ele buscou, de forma pragmática, criar condições para que a sinergia acontecesse. Por exemplo, para melhorar a educação no trânsito, mímicos contratados para ensinar às pessoas a importância das faixas de pedestre explicavam teatralmente que o correto era atravessar na faixa. Aos motoristas, ensinavam o respeito ao território dos pedestres. Com o passar do tempo, a própria população passava a repreender os transgressores com apitos e cartões vermelhos distribuídos pelo próprio poder público. A aplicação da multa pelo guarda era a última alternativa. Vê-se nesse exemplo a preocupação com a moral (representada pelos mímicos), a cultura (manifestada pela participação popular) e a lei (personificada no guarda).

Volto então à questão da Lei Seca em bares e restaurantes.  Nunca vi um dono de bar pedir carteira de identidade a um jovem antes de vender bebida alcoólica. Já há uma legislação em vigor, mas que culturalmente é desconsiderada. Um típico exemplo de fenômeno comum cá por essas bandas: “lei que não pega”.

O Estado não terá estrutura para verificar se todos os bares e restaurantes vendem bebida alcoólica após um horário definido pela lei. Se isso não for uma decisão compreendida, apoiada e desejada pela sociedade, será mais uma lei que não pega. Os exemplos onde a medida foi bem sucedida precederam de um forte trabalho de mobilização e articulação fomentado pelo poder público. Em grandes cidades, como Fortaleza, onde essas articulações requerem ainda mais esforço, credibilidade e representatividade dos governantes fica bem mais difícil da lei ser efetiva.

* este artigo foi publicado hoje na coluna Opinião do Jornal OPovo

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Razões para não comprar um iPad


Já escrevi algumas vezes sobre o futuro da mídia em papel e dos desafios que o jornalismo enfrenta nos dias atuais.

O surgimento do iPad é um ingrediente importantíssimo, no que considero, uma derrocada sem piedade do papel. Por isso gostei tanto dos vídeos indicados por Plínio Bortolotti no seu Twitter (@plinioce). Eles mostram reais motivos para não se comprar um iPad.


domingo, 23 de janeiro de 2011

Quem Tem Medo de Andar de Avião?


Tenho viajado de avião com alguma freqüência e a qualidade dos serviços prestados se deterioriza com tanta intensidade que é impossível não pensar que isso pode afetar a segurança do vôo.

É comum viajar com equipamentos quebrados, por exemplo. Na volta de Nova York pela Delta Airlines, minha esposa ficou num assento que não tinha luz, áudio nem vídeo. O vôo lotado impediu a mudança de assento. Reclamações similares foram feitas por outros passageiros. O avião era um Boeing com pouquíssimo espaço para colocar as bagagens de mão. Foi uma batalha para achar espaço disponível. A comida, para variar, é péssima. O atendimento é sofrível. Um das atendentes espirrava tanto que não tínhamos nem interesse que ela viesse nos servir.

O serviço de entrega de bagagens, esse então, é um sufoco só. Para cada dez viagens internacionais que faço, em três delas a bagagem é extraviada. Em especial, se houver conexões. Desta vez uma de nossas malas não chegou. A Delta em São Paulo nos ofereceu números de telefone, fax e email para contato que simplesmente não funcionam. O sistema de informática para rastreamento de bagagem não é atualizado. Enfim, estávamos certos de que a mala não chegaria mais.

Depois de mais de dez dias, após um contato informal conseguido pela agência de turismo onde compramos as passagens, descobrimos que a mala já tinha sido enviada para São Paulo (estava em Detroit). Ontem recebi uma carta da Delta dizendo que lamentava não terem encontrado a mala !? Ela já estava conosco em casa e eles nem sabiam. Um descontrole total!

A Delta não é um exemplo solitário. As outras companhias, estrangeiras ou nacionais, estão no mesmo nível. Mas isso não acontece igualmente em todos os lugares. A atuação dos órgãos reguladores no Brasil é insignificante e ficamos à mercê dos interesses econômicos das empresas. Não dá mais para dizer que não se teme andar de avião.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A Concorrência Global e Preconceitos Locais


Quantos de vocês já pensou que pode estar fazendo propaganda excessiva do Twitter ? Há algum pudor em usá-lo indiscriminadamente? Governos que decidem usar o Twitter para se comunicar com seus cidadãos, o fazem sem perceber que alimentam o poder de uma grande software house?

Nessa minha viagem aos EUA refleti muito sobre isso. Incrível  a força que os americanos têm de implantar suas marcas. Na Internet isso está muito presente.  Windows era uma dominação que logo foi percebida. Google está começando a ser, mas e os outros? A percepção de quão dominante é uma marca, só acontece quando ela é  muito forte. As Empresas americanas se beneficiam enormemente com isso.

Além disso, percebo que a proximidade muitas vezes prejudica. Por exemplo, os governos parecem se sentir intimidados em usar aplicações web de empresas locais. Interessante ver governadores de Estado se fazendo valer de plataformas que se tornaram “naturalmente”globais. Podem ser acusados de privilegiar um em detrimento de outros. Muito dificilmente  sentiriam acusados de privilegiar o Google em detrimento de uma empresa local. Parece uma competição tão absurda que a crítica é pouco impactante.

E isso não é somente coisa de governo. Criamos WikiMapps para permitir a criação de mapas colaborativos e fornecer ferramentas para que interações ocorram nesse contexto. No entanto, tenho visto empresas cearenses, que conhecem nossa iniciativa, mas estão criando mapas  colaborativos diretamente no Google com bem menos qualidade e estrutura. Seria preconceito? É desalentador.

Conclusão: faça sucesso fora para ser reconhecido em casa. 

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Privacidade e Segurança em Mídias Sociais


Estou participando em Belo Horizonte de um Workshop Internacional sobre privacidade e segurança em mídias sociais. Um encontro excelente em que pesquisadores de diversas partes do mundo estão presentes. O workshop se desenvolve na UFMG sob coordenação do Prof. Virgilio Almeida do Departamento de Computação.

O primeiro dia foi concentrado nas questões de privacidade.Um desafio de pesquisa que tende a se tornar cada vez mais importante no contexto da web no futuro. Aliás, já é um problema relevante. Muito embora as pessoas, em especial os jovens, dêem sempre mostras de que não se preocupam muito com privacidade, os abusos a que estamos sujeitos com o uso de informações pessoais em interesses diferentes dos que desejamos já chega a níveis intoleráveis.

Prof. Bala Khrisnamurthi deu uma palestra impressionante sobre como os dados pessoais hoje na Web são facilmente vazados e, em especial, como a Google é a maior usuária desses dados.

Como combater essa realidade sem cair na tentação de criar controles excessivos? De uma forma geral, o consenso é de que é preciso prover ferramentas que permitam aumentar a capacidade de monitorar seus dados pessoais e de proibir que os mesmos sejam usados em condições divergentes àquelas concordadas inicialmente pelos usuários.  

O desafio dos pesquisadores de computação é criar modelos computacionais que sejam simples e usáveis. Isso está longe de ser trivial. Facebook, por exemplo, definiu uma nova política de privacidade que é tão complexa que parece só estar querendo que as pessoas se desinteressem ou não consigam controlar seus dados.

O problema tende a crescer exponencialmente. Com o advento da Web Semântica será possível, de mais a mais, explorar dados por programas e isso pode vir a ser menos transparente ainda para as pessoas. Não é a toa que a comunidade de pesquisadores de Web Semântica tem buscado soluções que se baseiam na formalização das permissões de acesso para cada objeto semântico caracterizado. Essas permissões acompanhariam os dados quando estes trafegam e assim seriam investigados por softwares que venham a fazer automaticamente a autenticação e validação das permissões. Muito há ainda a se fazer, mas o tema é mais do que palpitante.



quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

The Madison Square Garden

Não era a primeira vez que assitia a NBA in loco,  mas o Madison Square Garden é diferente. Trata-se de uma quadra com quatro arenas. O misticismo desse complexo vem pela beleza, pelo porte e pela tradição. A primeira arena foi inaugurada no súculo XIX ! Não é a toa que os nova-iorquinos a consideram a mais famosa casa de esporte do mundo. Ela é usada primordialmente para jogos de basquete, hóquei e shows artísticos.

Alem do ambiente, tive a oportunidade de assistir a um jogaço de basquete. Cerca de 20 mil pessoas estavam presentes. O San Antonio Spurs é um dos candidatos ao título. O time que joga o brasileiro Tiago Splitter tem três dos maiores jogadores da NBA: o argentino Manu Ginobilli, o Francês Tony Parker e o americano (originário das Ilhas Virgens) Tim Duncan. Do outro lado, o New York Knicks vem fazendo uma campanha fantástica e depois de quase dez anos está novamente trazendo o público ao The Garden. As atuações do pivô Amare Stoudemire é a principal causa do sucesso.

O jogo em si foi fantástico e a vitória do Knicks premiou a atuação magistral de Stoudemire. O ponto negativo foi o fato que Tiago quase não jogou. Ficou no banco de algusn jogadores que não têm, nem de perto, o seu nível.

No entanto, mais dignos ainda de menção são a organização do evento e o comportamento do público. O jogo começava as 19:30. Cheguei exatamente cinco minutos antes de começar. A temperatura de -2o não me diminuiu o entusiasmo de ir a pé. Já tinha comprado o ingresso e estava seguro de que o meu local estaria reservado. A entrada foi super tranqüila. Placas indicativas e funcionários realizando a checagem dos ingressos com leitores de código de barras abundavam. Fazer eventos em que os ingressos reservam assentos simplifica muita coisa. Até a segurança é mais fácil. Nem adianta tentar entrar sem ingresso, vai sentar onde?

O comportamento do público é interessantíssimo. Comem e/ou bebem o tempo todo. No entanto, são extremamente educados. Gritam, fazem barulho, como todo tipo de ruído e assobiam, mas não xingam. Há várias placas na arena descrevendo como deve ser a postura do torcedor. O politicamente correto domina o comportamento. A conseqüência disso é que a freqüência é super variada. Há gente de todas as idades e de todos os sexos (J).

Os organizadores do futebol brasileiro deviam se mirar no exemplo americano. Falta pouco tempo para a Copa do Mundo, bem que poderíamos pegar a deixa e nos organizarmos um pouquinho. Ir a um jogo de futebol tem que passar a ser algo civilizado.


segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Viral da Intel

De vota à terrinha, bati nesse excelente viral da Intel e que achei que valia a pena registrar aqui. Feliz 2011!

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Retrospectiva 2010 : Palestras Marcantes


Habituei-me a fazer uma retrospectiva do ano que se passou no blog. Da mesma forma que havia feito em 2007, 2008  e 2009 farei uma retrospectiva do que escrevi durante o ano e que acaba sendo uma forma de rememorar o que me ocorreu ou que mais me atraiu a atenção. Como estou de férias em viagem, decidi dar um pouco de descanso ao blog também. Por isso, a retrospectiva vai ser bem mais sucinta.

Esse ano de 2010 ficará marcado como o ano das palestras em grandes conferências. A mais marcante delas foi a feita no TEDxSudeste. Desde o momento que recebi o convite até o fim de semana da apresentação, foi um acontecimento que me emocionou. Embora habituado a palestrar em congressos acadêmicos e em conferencias diversas, escrevi sobre o sentimento sem igual que foi participar dessa charmosíssima conferencia onde conheci jovens engajados e imbuídos da causa da colaboração. O vídeo da palestra foi um resultado fantástico e que hoje é o principal instrumento de divulgação de WikiCrimes.

No segundo semestre, recebi um outro convite para conferencia estilo TEDx que novamente emocionou-me. A palestra dada em Santiago do Chile no Personal Democracy Fórum (PDF) foi igualmente de forte entusiasmo e serviu para apresentar WikiCrimes para o público da America Latina.  Dois dos momentos de 2010 que, para mim, valem a pena ser registrados.