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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A Segurança de Pernambuco na Câmara Municipal de Fortaleza (CMF)

Quem diria. Pernambuco reduz os crimes continuamente nos últimos quatro anos. O Ceará os faz crescer. Essas e outras foram expostas na excelente palestra do colega Luis Ratton da Universidade Federal de Pernambuco na CMF com intervenções do Prof. César barreira da UFC. Ratton expôs o projeto em implantação no Estado vizinho intitulado “Pacto pela Vida”. Trata-se de um conjunto de ações que vão da estruturação administrativa dos diferentes setores e sob a coordenação do Secretário de Planejamento do Estado até as ações operacionais como a decisão de focar na redução dos crimes letais contra a vida.

Para um estudioso em Segurança Pública, Ratton não falou nada de novo. Felizmente! Já havia escrito aqui mesmo no blog sobre como os diagnósticos e os planos de segurança começam a convergir no Pais. Mas isso não é tudo, pelo contrário. A implementação desses planos é super-difícil. Para começar exigem visão e ações multi-disciplinares e gestão por resultados. Coisas que os nossos governos não sabem fazer.

O grande mérito do governo pernambucano é atuar com determinação e força política  para implantar um plano tecnicamente correto, feito por quem entende e tocado pelos que o conceberam. Esse é um detalhe importantíssimo. O plano é sólido, não está fundamentado em marketing. Mas não basta ter planos política e tecnicamente corretos. A implantação eficaz dos mesmos é muito mais difícil de ser conseguida. Já escrevi também sobre o quanto nossa cultura subestima “o fazer”.

Não pude, no entanto, deixar de temer pelo futuro do plano pernambucano. Não seria o primeiro exemplo de falta de continuidade na área. Na apresentação de Ratton vi muito do que o Estado do Ceará já tinha feito há dez anos atrás e que inexplicavelmente foi se deteriorando.  A falta de continuidade é um dos maiores problemas nessa área. Em particular, quando os planos são inovadores, eles requerem pessoas de fora das instituições e que têm passagem provisória pelas mesmas. Como o governador pernambucano vai ainda ficar mais quatro anos, vamos torcer para que o processo de internalização das mudanças se solidifique. 

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