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terça-feira, 18 de maio de 2010

Financiamento Público para Times de Futebol: Quando Propaganda e Publicidade Não Convergem

Novamente o tema do financiamento público para times de futebol é a bola da vez.  O jornal O Povo apurou, a partir do portal da transparência do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), números alarmantes. Prefeituras que investiram mais de 1 milhão de reais em times profissionais que disputam o campeonato cearense de futebol. Já tinha escrito sobre assunto em outras oportunidades. É decididamente uma das coisas que me deixa inconformado.

Há um rol de razões para que isso não seja aceito pela sociedade. Desde o uso irregular das verbas, visto que abre possibilidades para desvios, até o fato de que acaba servindo para promoção individual de dirigentes (envolvidos com políticos ou com intenções eleitoreiras).  Sem me deter nas anteriores, outra causa que me desagrada sobremaneira é o fato de que há aqui um claro exemplo de incompreensão do que significa publicidade.

Refiro-me ao termo publicidade no sentido de tornar uma informação pública. Os governos possuem verba para publicidade (e é bom que as tenham.) O objetivo é de informar à sociedade sobre as ações realizadas com o dinheiro público. Trata-se de uma obrigação. Infelizmente, o que se vê hoje me dia é uma deturpação desse conceito. Os governantes fazem muito mais propaganda do que publicidade. Fazem-na quase sempre com fins de auto-promoção. 

Senão vejamos. Que tipo de publicidade faz um governante ao patrocinar a exposição da marca da sua Prefeitura na camisa de jogadores de Futebol? Que ações estão sendo publicizadas? Eu diria mesmo que é um tiro no pé. Está se publicizando a ação de propaganda de uma marca. A marca da Prefeitura ?! Isso tem sentido? 

O argumento dos governantes é de que todos fazem e é impossível não continuar. Bem, depois de Lula esse argumento ficou banalizado. Sem mais comentários.

Ressalto, como fiz nos textos anteriores, que não estou a dizer que não é papel dos Governos apoiar o esporte e, em particular, o esporte profissional. Mas as formas devem ser outras. Há, por exemplo, que se fornecer uma infra-estrutura correta e digna que dê acesso aos cidadãos apreciadores do esporte e contribuintes de impostos. O esporte como instrumento educativo também merece todo o apoio. Sugeri várias vezes que o dinheiro público fosse usado na criação de parcerias das escolinhas de futebol dos clubes com as escolas. Isso sim é de interesse público. Espero que o alerta do Jornal acorde os órgãos competentes e, principalmente, a sociedade cearense.





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