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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Vamos Invadir sua Praia (e montanhas)


Estou em Hazleton nas montanhas da Pensilvania, no resort de ski Eagle Rock. Não pude deixar de lembrar desse refrão do título e que ficou popular com a música “Vamos invadir sua praia”do grupo de rock brasileiro Ultraje a Rigor. Ele veio-me a lembrança quando vi o que tem de brasileiro por aqui.

Não é só New York que se prepara para a invasão brasileira nesse Reveillon. As cidades e estados nos arredores também. Afinal de contas, os lojistas norte-americanos precisam demais de compradores e, poucos hoje em dia, são como os brasileiros.

Dos BRIC, creio que somente a Rússia possui um povo tão afeito ao consumo. Indianos e chineses não são os clientes que os americanos podem se confiar para tirá-los da recessão.  É fácil perceber como os EUA se preparam para receber de mais em mais brasileiros.

Nos resorts de ski, por exemplo, vê-se cada vez mais jovens brasileiros trabalhando. Mas o que mais me chamou atenção foram as aeromoças da Delta. Uma delas era brasileira, mas nem por isso as outras não faziam esforço em falar em português. Senti uma sensação super estranha, a aeromoça teve o maior trabalho para me perguntar se eu estava em família e assim precisaria de somente um formulário para a aduana americana. Fiz primeiro uma cara de espanto, pois o que ela falava não era nada parecido com o português (até porque estava preparado para que ela falasse em inglês), mas imediatamente lembrei-me do quanto minha reação era desagradável. Vivi muitas vezes a situação contrária. Concentrei-me e da segunda vez que ela falou, entendi. Mas não deixei de ficar com esse sentimento de que estamos começando a ser vistos no mundo ... e invadindo praias.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Convergência de Dispositivos em Jogos para iPad


Achei muito interessante o vídeo abaixo que mostra uma aplicação para rodar em iPads. Trata-se de um jogo de palavras cruzadas, aquela em jogadores competem para formar palavras aproveitando as que já existem. Além da demonstração do iPad, o vídeo mostra um exemplo em que iPad e iPhone atuam de forma complementar.

Smartphones tendem a assumir novas funções as mais variadas e assim se tornarem bem mais úteis do que já são hoje. Dentre algumas dessas novas funções inclui-se a de controlador de jogos, como se vê no vídeo, mas também a de controlador de televisões digitais substituindo os hoje já batidos controles remoto.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Dores do Crescimento


Em 1993, quase vinte anos atrás, (puxa como já faz tempo) quando cheguei na França para fazer meu doutorado, passei a conviver com “as novidades” do primeiro mundo. Surpreendia-me, por exemplo, ver que todos dirigiam com cinto de segurança, o que aqui era totalmente inexistente.

Dentre as diferenças percebidas a necessidade de comprar remédios exclusivamente com receita medica foi a que mais nos impressionou e a que mais tarde chegou ao Brasil. Somente agora estamos implantando uma legislação que regula isso. Nosso hábito de comprar um antibiótico na farmácia por indicação de um amigo ou de um vendedor na farmácia traz enormes riscos, que, embora conheçamos, resistimos a minimizar.

Ver que estamos conseguindo evoluir traz-me otimismo, mas esse crescimento não se faz sem dores. No caso da legislação que restringe o acesso a medicamentos sem receita médica as conseqüências são óbvias. O sistema de saúde já estva estrangulado com a demanda que já existia, agora vai ficar ainda mais sobrecarregado. As consultas médicas que já eram rápidas tendem a ficar ainda mais superficiais. Nada que não possamos vencer. Dores do crescimento.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Subnotificação de Crimes Capturada pelo IBGE

A recente pesquisa de vitimização feita pelo IBGE traz várias informações relevantes. Muitas delas já foram exploradas pela imprensa como a grande  sensação de insegurança que reina em todos os Estados.

Queria me concentrar em uma outra informação e que está no cerne da motivação de WikiCrimes: a subnotificação de crimes. Diz-se subnotificação quando o número de registros de crimes feitos às autoridades é inferior ao que acontece realmente. Isso existe em toda parte do mundo, mas no Brasil havia estimativas de que ela era muito elevada. A pesquisa do IBGE veio confirmar isso.

Vejamos o que diz a pesquisa quando pessoas de 10 anos ou mais foram perguntadas se foram a Policia depois de serem roubadas. Cerca de 50% delas não notificam o fato a polícia. Para os casos de furto, esse numero ainda é maior. Chega a mais de 70% ! Veja no quadro abaixo a distribuição da subnotificação por diferentes motivos. Não confiar na polícia é a maior causa.

Em meus discursos de apresentação de WikiCrimes  sempre mencionei estimativas desses valores, mas agora tenho algo mais científico para mostrar. Fortalece minha convicção de que é preciso criar formas alternativas de captura de informações sobre violências nas grandes cidades. WikiCrimes é uma dessas formas. O estudo completo do IBGE pode ser encontrado aqui.


quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Artigos Polêmicos na Wikipedia

Muito interessante as informações sobre o que é mais polêmico na enciclopédia eletrônica colaborativa Wikipedia. Vejam na figura abaixo em um esquema, chamado de Articles of War (Artigos Debatidos) produzido no site Information is Beautiful . A diversidade de assuntos é o que é mais marcante. Tem desde a definição do que é um gato que em 2001 teve 10.996 edições, até a discussão sobre se o nome dos integrantes do Beatles deveria vir em ordem alphabética ou se o correto é The Beatles ou the Beatles com 17.608 edições. Nem mesmo o verbete que define o fundador da Wikipedia é livre de debate. Seria o Fundador Jimmy Wales e o co-fundador Larry Sanger ou o inverso? Esse debate levou a mais de 29.000 edições.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Preservação do Local de Crime


Ao assistir o Governador Cid Gomes falar hoje a noite na televisão sobre a necessidade de se preservar a cena de crimes para que o processo de investigação criminal ocorra a contento, motivei-me a escrever um pouco sobre o tema. Me angustia escutar autoridades falarem recorrente desse problema e demonstrarmos tão pouca capacidade para resolvê-lo. A incapacidade de atuarmos efetivamente nessa questão é preocupante. Aqui as soluções para problemas, que parecem simples, não podem ser alcançadas sem ações integradas e coordenadas.  Para os que não são da área, deixem-me fazer uma pequena introdução à questão.

O trabalho de investigação criminal começa no momento em que a autoridade policial é comunicada do crime. Uma das etapas primordiais desse processo é a visita do delegado que, acompanhado do perito forense, deve dirigir-se ao local do crime para iniciar a coleta de evidencias, provas e/ou indícios  que auxiliem na elucidação do fato. Daí a importância da preservação do local do crime para que vestígios que podem ser elucidativos não sejam perdidos. É preciso compreender ainda que na maioria das ocorrências criminais o primeiro a chegar é um policial militar e não o delegado, nem muito menos o perito.

Os problemas para se conseguir manter o local do crime preservado começam exatamente por ser uma questão que envolve diferentes atores da área de segurança. O policial militar deve ao chegar na cena, isolá-la e bloquear radicalmente o acesso de qualquer pessoa ao  local. Para começar, o próprio policial militar não deve tocar em nada. Remexer o bolso de um cadáver, verificar seu relógio, buscar a carteira de identidade, etc., nada disso é responsabilidade da PM. Esse isolamento deve acontecer até a chegada ao local do delegado e do perito (que pode ser um perito do Instituto de Criminalística, de Identificação ou do Instituto Médico Legal).  

Isso não é de forma alguma o que ocorre hoje e não é simplesmente por falta de treinamento dos policiais. A falha de treinamento é sim, uma das razões elementares, mas isso não é tudo. Os delegados de distrito raramente vão ao local de crime. Não porque não querem, mas não podem. Devem ficar na delegacia para atender os cidadãos que lá chegam para realizar queixas ou para cuidar das cadeias superlotadas. Os peritos criminais, por outro lado, por serem em número reduzido, chegam aos locais de crimes muitas horas depois do fato ocorrido. Segurar a imprensa, por exemplo, durante todo esse tempo não é fácil. Ainda por cima, a patrulha que deveria estar na rua fazendo policiamento preventivo, fica parada no local de crimes por horas. Ou seja, deficiências em cascata, fazem com que o próprio sistema contribua para o estrangulamento.

Há dez anos atrás, quando ainda estava na Secretaria de Segurança, presenciei toda essa problemática. Na época o Secretário de Segurança de então, Gen. Vargas de Freire, baixou uma portaria regulando o acesso aos locais de crimes. Comprou-se material para isolar as cenas de crimes, fez-se treinamento de pessoal, orientou-se os delegados e peritos (novos haviam sido contratados), enfim, tentou-se envolver todos. Tudo indica que aquilo não foi suficiente. Estaremos sempre a reviver os mesmos problemas?

sábado, 18 de dezembro de 2010

This is not America


Pat Metheny é um dos maiores guitarristas do jazz-rock que já escutei. Um dia desses bati em algumas gravações da música “This is not America” (com Lyle Mays e David Bowie) que foi tema do filme The Falcon and the Snowman. Para apreciadores vejam uma versao com Metheny e seu grupo e outra com Bowie.

Pat Metheny


David Bowie

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Um Livro, Uma História, Uma Amizade

Mon cher grand ami e compadre, Luis Eduardo Menezes, estará, hoje a noite no Ideal Clube, lançando o livro Desafios, Gestão e Conquistas. Uma trajetória profissional. Um livro que conta uma história de gestão no serviço público, mas acima de tudo, uma história de exemplo a ser seguido. Um exemplo a ser seguido por dois fatores: a carreira de corretude e sucessos e a escrita do livro ela mesma.

Luis e eu, formamo-nos em processamento de dados na UFC e a partir de lá vivemos e compartilhamos nossas conquistas e desafios. Tomamos caminhos profissionais que as vezes se distanciam e as vezes se aproximam. No entanto, tendem sempre a convergir em um ponto: a gestão no serviço público. Luís com seu pragmatismo peculiar, vivendo experiências. Eu, como a academia exige, mais com viés teórico. Imaginem a riqueza de nossas trocas de idéias! Chega a causar ciúmes!

Luis, em várias oportunidades, foi chamado a participar como gestor público nos mais diferentes níveis. O livro conta um pouco dessa história. Embora já o tendo lido, não discorrerei sobre os detalhes de seu conteúdo para não tirar o interesse dos leitores. Será um instrumento valioso para historiadores. Impossível dissociar as histórias de Luis e a “época de mudanças” que acompanhamos, vivemos e torcemos como bons PSDbistas que somos “acusados” de ser. A mudança na gestão pública cearense foi um dos pontos de inflexão do movimento iniciado com a ascensão ao poder de Tasso Jereissati. Luis é um representante típico disso.

Dito isso, venho ao segundo ponto que considero exemplar em sua pequena história (digo pequena, pois acho que muito ainda haverá de ser contado nas próximas edições vindouras): o livro. Escrever um livro é uma atividade exemplar, visto que temos uma enorme dívida com a cultura da leitura e da escrita. Precisamos aprender a contar nossas histórias para gerações vindouras. E isso não é nada fácil. Requer disciplina, dedicação e coragem. Disciplina e dedicação são razões óbvias. Coragem, no entanto, talvez seja uma característica percebida por poucos. Principalmente pelos que não escreveram ainda. Ela é necessária porque um livro é nossa imagem e semelhança. Mostra-nos e registra-nos para sempre. Não há como apagar. Nem todos tem essa coragem. Bravo Menezes!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Uma Visão do Investimento em Saúde dos Municípios Cearenses


Dando continuidade à divulgação dos resultados das atividades realizadas na quinta-feira 9 de dezembro, quando do dia Internacional Contra  a Corrupção, venho agora mostrar o desempenho dos municípios cearenses na área da Saúde. Relembro que as atividades foram realizadas no Laboratório de Engenharia do Conhecimento na UNIFOR juntamente com técnicos do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e jornalistas.

Vejam abaixo dois gráficos de resultados que obtivemos ao explorar os dados de empenho dos municípios na função Saúde. Calculamos o gasto em saúde per capita, a partir da população de cada município divulgada pelo IBGE. O primeiro gráfico mostra os dez municípios que mais investiram per capita em saúde no ano de 2010. O segundo mostra os que menos investiram. 



segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Uma Visão do Investimento em Educação dos Municípios Cearenses

Na quinta-feira 9 de dezembro, dia Internacional Contra  a Corrupção, fizemos, no Laboratório de Engenharia do Conhecimento, uma atividade simbólica para marcar nossa participação nesse dia. Juntamente com técnicos do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e alguns jornalistas interessados, exploramos alguns dados abertos pelo TCM sobre prestação de contas dos municípios cearenses.

Além do aspecto simbólico, por ser uma atividade que dá apoio ao controle social, trata-se de uma metodologia inovadora, mas que tem tudo para ser de mais em mais usada. A tendência dos governos abrirem seus dados vai requer, cada vez mais, ferramentas para que a exploração desses dados seja feita por profissionais não especialistas. Mas enquanto essas ferramentas não estiverem popularizadas, a formação de equipes multidisciplinares em que profissionais de informática estejam envolvidos será necessária.

Vejam abaixo dois gráficos de resultados que obtivemos ao explorar os dados de empenho dos municípios na função educação. Calculamos o gasto em educação per capita, a partir da população de cada município divulgada pelo IBGE. O primeiro gráfico mostra os dez municípios que mais investiram per capita em educação no ano de 2010. O segundo mostra os que menos investiram. O curioso é que Fortaleza é a segunda pior. Só perde para Santana do Cariri. Menos de R$ 250,00 por habitante é investido em educação. Será que não podemos ir além?




quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Destaques 2010 da UNIFOR


Estive esta noite no Teatro Celina Queiroz da Universidade de Fortaleza (UNIFOR) numa solenidade de homenagem a alunos e professores que se destacaram neste ano de 2010.

Em sua segunda edição, o "Destaques Unifor 2010" teve por objetivo reconhecer alunos e professores da Unifor que foram premiados nacional e internacionalmente por seus trabalhos acadêmicos.


Na edição "Destaques Unifor 2009", cerca de 80 pessoas - entre alunos e professores - foram reconhecidos por prêmios conquistados no decorrer daquele ano. Tive a honra de ser um dos homenageados juntamente com os alunos Carlos Caminha e André Fonteles que estão na foto abaixo. Na mesma foto aparecem os professores Elizabeth Furtado e Guido Militão e seus alunos também premiados.

O ponto alto do evento foi o discurso do Prof. Tarcísio Pequeno, presidente da FUNCAP, que embora na condição de homenageado foi muito feliz em agradecer em nome dos agraciados e dizer da importância de cultivar o reconhecimento do mérito.

Não posso deixar também de registrar que ao final do evento tivemos, Profa. Elizabeth e eu, a honra de tirar uma foto com todos os homenegeados e sermos ladeados nada mais, nada menos do que pela Reitora Fátiva Veras (também em foto abaixo). Uma bela e agradável noite para ficar na lembrança.




quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Dia Internacional Contra a Corrupção

O dia internacional contra a corrupção foi instituído a partir de uma proposta do Brasil em Mérida, México, na Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção em 9 de Dezembro de 2003.
Na próxima quarta-feira, dia 9, um conjunto de atividades no Brasil, coordenadas principalmente pela Controladoria-Geral da União (CGU) ocorrerão.  É a CGU que acompanha a implementação da Convenção e de outros compromissos internacionais assumidos pelo País, que tenham como objeto a prevenção e o combate à corrupção.

Em conversa com o presidente do Tribunal de Contas do Município (TCM), Ernesto Saboya, vislumbramos uma atividade para marcar esse dia. A iniciativa inovadora do TCM-CE de liberar todos os dados de prestação de contas dos municípios cearenses em seu portal será o foco principal dessa atividade. A exploração amiúde, com comparações e cálculos, dos dados do portal ainda necessita, muitas vezes, de conhecimento técnico especializado em programação de computador. Pensamos então em criar um ambiente onde jornalistas, blogueiros, enfim, produtores de conteúdo em geral possam interagir com programadores e técnicos do Tribunal de Contas para explorar os dados abertos pelo TCM.

O ambiente onde este encontro se realizará será o Laboratório de Engenharia do Conhecimento (LEC) o qual coordeno e que se encontra na sala 11 do bloco M na UNIFOR.  A equipe do LEC pôs-se voluntária para explorar os dados do TCM e mostrar o que se pode obter a partir deles. Estaremos assim na tarde de quinta (9/12) a partir de 15hs recebendo convidados, nessa atitude simbólica em apoio à iniciativa de transparência em dados públicos. 

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Meu Primeiro iPad


Estou usando um iPad há cerca de quinze dias. Comprei-o no Chile onde o preço é aproximadamente 30% mais baixo do que aqui. Minha primeira sensação não foi tão impactante como a que tive quando comecei a  usar o iPhone. Talvez porque não seja um usuário típico de Tablets como iPad. Esses equipamentos são fantásticos para navegar na Web, mas não tanto para produzir conteúdo. Produzo muito texto diariamente e essa atividade, decididamente, não é o ponto forte desse tipo de equipamento. Além disso, ainda não achei um bom editor de texto. Outro ponto negativo é o fato de que sites em flash (software da Adobe) não rodam no iPad. Já sabia que isso era assim no iPhone, mas no iPad essa limitação incomoda mais ainda.

Mas os pontos negativos não me fazem de todo desgostoso. Na verdade, com o uso e a descoberta de aplicativos diversos (quase sempre grátis), o entusiasmo com o iPad aumenta. A versão do DropBox (www.dropbox.com), por exemplo,  é muito boa. Permite o acesso aos arquivos que estão nos outros micros via um espaço compartilhado nas “nuvens” (armazenamento na web). O backup e recuperação de textos que tenho no iMac e no Macbook são naturais.

Versões do Twitter, Youtube e jornais diversos também já estão com suas apps no iPad. Agora o que mais gostei mesmo foi o FlipBoard. Com ele o acesso ao Twitter, Facebook e outros é feito de forma super amigável em um formato de revista digital. Vejam o vídeo abaixo para compreender melhor como ele funciona. É o tipo de aplicação que tem o tablet como nicho.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

WikiLeaks, Anarquia, Diplomacia e Liberdade

Julian Assange, o criador de WikiLeaks, já entrou para a história. O homem que trouxe a anarquia para o palco mundial está pagando um preço alto e ainda nem sabemos qual será o tamanho da sua conta. A primeira grande anarquia realmente revolucionária na rede veio de alguém que decidiu desmoralizar o jogo hipócrita que rege as relações diplomáticas internacionais. Desnudou os segredos dos jogos de poder.

Para os que não estão a par de WikiLeaks trata-se de um site onde documentos sigilosos são postos a disposição de todos. Um site onde  informações vazam  (daí o termo leak que em inglês quer dizer vazamento). Já tinha mencionado o mesmo aqui. Detalhe: na época tinha posto o link do site.

Hoje não posso mais fazê-lo simplesmente porque não sei qual o endereço está sendo usado agora. O governo americano se engajou numa campanha frenética para “calar” Assange. Algo nunca visto no mundo ocidental democrático. Ameaçam a todas as empresas que ousem hospedar WikiLeaks de serem processadas com rigor. A Amazon, por exemplo, teve que se negar a hospedar o site nos EUA. O sistema de pagamento por crédito Pay Pal teve que sustar todo tipo de doação que era feito a WikiLeaks via seu site. A caçada a Assange em todo o mundo é feita pela Interpol. Já circula no Congresso Americano mudanças legais para endurecer o tratamento a todos que, de uma forma ou outra, venham a se envolver em ações que favoreçam WikiLeaks.

Talvez os americanos devam pedir ajuda aos chineses já que estes têm mais experiência em censura na Web. O mais paradoxal é que a última notícia tida sobre WikiLeaks era que estava hospedado em um site na China! Estariam os chineses dando uma “tapa com luva de pelica” nos americanos? Estes últimos condenam tanto a censura na rede como a que ocorre na China, e agora agem da mesma foram!? 

É extraordinário o efeito WikiLeaks ! Não tenho conhecimento detalhado do que os documentos sigilosos dizem. Aliás, acho que ninguém tem. É tanta informação que somente com o tempo saberemos mais. Mas o que quero aqui refletir é sobre o impacto pós-WikiLeaks. Ou seja, das ações que estão sendo tomadas contra WikiLeaks. A decisão dos países que se consideram afetados em censurar tudo que se relacione a WikiLeaks. Isso provoca um debate super interessante sobre a liberdade de imprensa e sobre o domínio de um determinado País sob a Web.

Primeiro, vale se perguntar: até que ponto WikiLeaks é imprensa? O site é um mero lançador de furos. Consegue informações importantes de fontes privilegiadas e as publica. Além disso, a última leva de documentos com informações que vazaram tiveram, antes de serem divulgadas, uma análise da imprensa de mais alto nível. Assange já sabia que precisava de “costas mais largas”. Liberou os documentos sigilosos que tinha primeiramente para editorias do porte do New York Times e The Guardian. Alguns consideram que esse ato mostra o que se espera da imprensa neste nosso século: certificador da credibilidade de informações.   

O segundo aspecto que vale ressalva é sobre o poder que um País, em particular os EUA, terá ou quer ter sobre a rede. A tentação existe, mas a teia tem sua vida própria e formas de se defender. Difícil bloquear WikiLeaks. Acho interessante a analogia com uma caixa-d’água com vazamento. Os países tentam tapar um vazamento, mas outros aparecem. Aliás, eu tinha mencionado que não poderia dizer em que endereço WikiLeaks estava. Não estava sendo de todo preciso. Na verdade, apoiadores do site não param de aparecer e WikiLeaks já está disponível em mais de 200 sites distribuídos no mundo. Haja bombeiro!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Os Incríveis Números do YouTube

A cada minuto 35hs de vídeo são carregadas para o YouTube. É algo alucinante. E esses números não param de crescer! No blog oficial do You Tube vi o gráfico abaixo. Se formos pensar em termos de longa-metragens (de aproximadamente duas horas) estaríamos falando de 176 mil filmes lançados por semana. Comparar com televisões talvez seja mais realístico. Se pensarmos em três  grandes canais de broadcast enviando sinais 24 horas por dia e 7 dias por semana durante o ano todo isso só equivaleria a 30 dias de horas de filme no You Tube. Alguém tem dúvida que estamos presenciando uma revolução?



quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Siri – O Futuro da Web e Telefonia

A combinação de tecnologias hoje já bem consolidadas como reconhecimento de voz, mobilidade, serviços web e consultas contextualizadas pelo local do usuário vão permitir a criação de assistentes pessoais para serem instalados nos smartphones. Veja um exemplo de como isso foi feito pela empresa Siri e que pode ser baixado no iPhone. Não é a toa que Siri (uma Startup nascido no Vale do Silício) foi recentemente comprada pela Apple. Siri pode “Achar uma mesa para dois hoje as 9:00hs”, “reserve-me um taxi para às 16hs” ou responder a perguntas como “qual a temperatura em Detroit amanhã?”, e“qual o posto de gasolina mais próximo daqui?”. Seus desenvolvedores prometem que Siri aprenderá cada vez mais. Fiquem atentos.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

WikiDengue

Mais uma novidade criada em Wikimapps está disponível para acesso de todos. Temos agora um mapa colaborativo para mapear focos de dengue: o sistema WikiDengue. Nele é possível denunciar e igualmente consultar os locais mais vulneráveis. A iniciativa nasceu de comunicações que troquei no Twitter com colegas blogueiros e jornalistas.

Já estamos há quase três anos vivendo com WikiCrimes essa experiência de buscar a participação das pessoas para colaborativamente agirem em prol da comunidade. Desta feita qeremos contemplar a area de Saúde.  Tenho escrito sobre o papel da Internet como instrumento para a aprendizagem da cultura de participação na sociedade. WikiDengue é uma aplicação típica em que isso pode ser exercitado. Venha participar !


segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O Estrago de Uma Pergunta Errada


Digo sempre a meus alunos que uma boa pergunta é mais importante do que as respostas dadas a ela. Quero dizer que a identificação de um problema relevante é o primeiro passo para uma investigação frutífera. Perguntas erradas levam, no mínimo, a gasto de energia e muitas vezes levam a perda de foco para o que é relevante.

A motivação para essa introdução veio após, ler pela segunda vez, o jornal O Povo abordar a questão de que o perfil do Secretário de Segurança deve ser outro que não um delegado ou militar. Dimitri Túlio foi a primeiro a propor, em seu artigo  “Chega de delegado e general”, um “novo perfil” e de quebra sugeriu o nome de Ivo Gomes para secretário da pasta. Justifica sua escolha por considerar que ele seria um “gestor sistemático e orgânico”  (seja lá o que isso signifique, foi aplicado como algo positivo). O mesmo teria ainda apoio político e outras coisas mais que podem ser lidas no próprio artigo aqui

Já na ocasião tinha achado a questão mal colocada, mas hoje ao vê-la recolocada decidi expor aqui meu incômodo.

Primeiramente, acho que para ser Secretário de Estado uma pessoa deve ser competente, ponto.  Reconheço que não é fácil encontrar gente boa para isso. Mas achar gente competente é desafio para todos os setores. Eleger um ou outro perfil com os capazes de melhorar a Segurança Pública é por demais reducionista. Acaba por desviar o foco dos problemas mais relevantes. Esclareço logo que não estou aqui contra ou a favor de quem quer que seja, muito pelo contrário. Entendo, no entanto, que a questão mais relevante é sobre que política de Segurança teremos. Os quatro primeiros anos da gestão atual na área de segurança foram marcados por ações pontuais, conceitualmente confusas e alicerçadas num programa gerado na campanha eleitoral com claro apelo de marketing.

O que deveríamos estar discutindo era a política de segurança (ou a falta dela) e as condições institucionais, políticas e sociais que devem ser criadas para que a Segurança Pública avance. Não pretendo ser repetitivo sobre quais são essas condições, já expus sobre alguma delas extensivamente nesse blog (veja um pouco aqui, aqui, aqui e  aqui). Resta-me enfatizar que se perdermos o foco dos reais problemas podemos continuar a formular perguntas erradas. A conseqüência disso é que a sociedade acaba por não se envolver da questão da forma que se necessita. 


Reduzir o problema à escolha de um nome ou perfil de gestor só vai  aumentar o estrago atual e, por fim, acabar com a reputação de gestores competentes (delegados, generais ou outros quaisquer). 

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

WikiCrimes no Chile

Durante minha estada no Chile fui procurado por "periodistas" em Santiago para falar de WikiCrimes. Veja abaixo uma das matérias.

A Grata Surpresa do Chile


O convite que recebi para palestrar no PDF (Personal Democracy Forum) permitiu-me fazer minha primeira viagem a América Latina. Depois de ter viajado quase toda a Europa e os EUA, já era sem tempo conhecer um pouco a terra de los hermanos. Além de ter conhecido pessoas muito cordiais e interessantes na conferência foi também uma oportunidade para conhecer cidades do continente que para mim é bem desconhecido.

Minha impressão do Chile não poderia ser melhor. Primeiro fator, e mais importante: as pessoas são ótimas. Os chilenos são amáveis, hospitaleiros, alegres e leves como os brasileiros (em épocas de manifestações de xenofobia, vale a pena registrar que essas são características bem típicas de nós nordestinos).

Mas a impressão positiva que tive não se resume às pessoas. As cidades que visitei – Viña Del Mar, Valparaíso e Santiago – possuem características típicas daquelas  mais desenvolvidas e estruturadas no mundo. Elas são limpas, possuem excelente estrutura de transporte público (urbano e interurbano), são arborizadas, seguras e, pasmem, têm um trânsito super ordenado, onde motoristas param a todo momento para pedestres passarem nas faixas. É lamentável ter que se surpreender com isso, mas infelizmente para quem vive no Brasil essas características básicas ainda estão longe de serem conseguidas.

Nota-se, principalmente pelo cuidado que têm com seus monumentos históricos e variedade de museus, que a sociedade chilena avança firmemente na educação de seu povo. Não tive tempo de ir mais ao sul para a região dos lagos e patagônia e que me disseram ser ainda mais interessante pela força das paisagens. O certo é que a primeira impressão que tive me deixou motivado a voltar.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

WikiCrimes nos EUA


A onda de dados abertos nos EUA está chegando forte e isso terá um impacto em WikiCrimes também. Um exemplo disso é a recente abertura dos dados criminais da maioria das cidades americanas.

Essa decisão coincidiu com o lançamento de WikiCrimes Mobile para Android e iPhone e por isso decidimos começar a importar dados das cidades americanas para WikiCrimes. As cidades de San Francisco e Oakland foram as duas primeiras. Outras virão. Agora, se você vai viajar para alguma dessas cidades, não esqueça de levar WikiCrimes com você, pois pode perguntá-lo se os lugares que visitar são perigosos.


segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Novas Formas de Interação com o Computador

Esse vídeo do TED mostra uma nova forma de interface homem-máquina que é verdadeiramente incrível e que já tinha mencionado aqui. Os pesquisadores estão usando Brain Computer Interaction (interação pelo cérebro) onde o usuário move objetos na tela simplesmente pelo pensamento. Por exemplo, um avatar pode andar para frente quando o usuário pensa em mover seus próprios pés, ou ele dobra a direita ou esquerda quando se pensa em mover os braços direito ou esquerdo. Pessoas que não podem se locomover teriam a possibilidade de fazê-lo no mundo virtual ou mesmo fazer uma cadeira elétrica andar sem precisar de controles manuais. Só com o poder da mente! 

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A Internet e a Democracia Representativa

Estou em Santiago do Chile, participando do Personal Democracy Forum (PDF - Fórum da Democracia Pessoal). WikiCrimes estará na agenda, mas segue abaixo um pouco do que também deverei debater aqui. Como a Internet pode e deve mudar a forma de fazer política e a postura dos cidadãos quanto à isso. 

Não é só no Brasil que a política e políticos estão em desgaste. As democracias ocidentais estão todas, em grau maior ou menor, em crise no que se refere à representatividade dos eleitos. Recentemente uma pesquisa nos EUA indicou que somente cerca de 20% da população daquele País aprova o que faz o Congresso. A dissociação entre os anseios da coletividade e a prática desempenhada por seus representantes é uma das razões dessa crise.

Os representantes dos cidadãos demonstram cada vez menos compromisso com idéias e promessas apresentadas aos eleitores. Nossa recente eleição presidencial foi emblemática disso. Basta ver o pouco valor que os candidatos deram a seus próprios planos de governo. Pediam aos eleitores escancaradamente a assinatura de um cheque em branco. O cumprimento de um mandato eletivo se caracteriza assim por decisões unilaterais, autocráticas ou quando muito oligárquicas. Por consequência, cresce a sensação de que o povo não é escutado, o que dificulta enormemente o engajamento e a participação cidadã nas ações governamentais.

Em direção oposta, a era digital que vivemos transforma a comunicação entre as pessoas e tem se caracterizado pela forte participação das mesmas em todas as instancias. A Internet fez aflorar uma cultura de participação, discussão, ativismos, enfim de compartilhamento de visões e de interação constantes que se opõem radicalmente à forma como os representantes políticos atuam hoje em dia.

Urge repensar as formas de participação popular para que a voz do povo seja ouvida com constância maior do que somente na época de votação. O uso da Internet será essencial para que isso ocorra. Orçamentos participativos mediados por sites na Internet são exemplos de como a tecnologia abre um novo horizonte para uma democracia participativa mais forte  e que o ideal da representatividade se consolide.


quinta-feira, 11 de novembro de 2010

CPMF: Sou Contra!


O amigo Plínio escreveu no O Povo hoje um artigo a favor da CPMF e como sei que o mesmo é defensor ardoroso do debate de ideias, dispus-me aqui a apresentar ponto de vista divergente.

Minha primeira discordância vem do fato que ele relega a segundo plano o fato da candidata Dilma não ter  absolutamente tocado no tema durante a campanha (diga-se de passagem nem ela nem Serra e nem Marina). Acredita que isso não deveria inviabilizar a criação do imposto. Per si, acho que isso constitui situação tão imoral que inviabilizaria sim, a aceitação. É o ultimo nível de escancaramento da dissociação existente entre os representantes populares e seus eleitores. Nem empossada a presidente foi, mas já cogita apresentar  proposta que estava preparada e “escondida” para pós-vitória. O que podemos esperar para adiante?
Dito isso, para não inviabilizar a discussão sobre o conteúdo, continuo minha argumentação.  Concordo plenamente que a distribuição da carga de impostos no Brasil é desigual. É por isso mesmo que não deve se tomar medidas que acabem por acentuar essa desigualdade o que é o caso com a CPMF. A forma de cobrança da CPMF é injusta, pois atinge a todos indiscriminadamente e é em cascata. Imposto justo deve cair em fato econômico claro como produção, vendas, compras, prestação de serviços, renda, etc. Essa prática de arremedos tem se mostrado freqüente no País e tem impedido uma reforma tributária séria e abrangente. Sempre que precisam, nossos representantes encontram jeitinhos de nos fazer engolir  “CPMFs da vida” e vão empurrando os problemas de fundo para frente.
Discordo ainda mais frontalmente do argumento de que a mesma apóia a fiscalização de lavagem de dinheiro. Esse tipo de argumento envolve um componente investigativo não transparente que não é salutar para a democracia. Se o governo precisa de instrumentos (e até concordo que os precisa) para combater ilegalidades como lavagem de dinheiro deve propô-los as claras à sociedade. Trata-se de outro debate importante que deveria ser travado no parlamento, pois envolve a proteção da sociedade em detrimento de garantias da privacidade individual.
Me pergunto ainda se esse dinheiro a mais no caixa do governo é assim tão essencial para aumentar os investimentos em Saúde. Lembro-me que antes da CPMF acabar os discursos dos que a defendiam eram aterrorizantes. A Saúde iria parar! Os hospitais iriam fechar! O fato é que a CPMF não melhorou a saúde da população enquanto vigorava e nem piorou quando acabou.
Por fim, nunca é demais lembrar que “nunca na história desse País” se arrecadou tanto. A pergunta que não quer calar é: desse dinheiro todo, a parte que vai para a Saúde é a mais adequada? Outramente, o investimento na saúde está sendo bem realizado?  

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Cochilo do Goleiro

Vocês se lembram do gol do Ronaldo fenômeno em que ele espera atrás do goleiro e quando o mesmo deixa a bola cair o surpreende? Vejam esse gol abaixo no futebol italiano (via Brasil Mundial). O goleiro pega um penalti e depois ....

A COELCE contribui para A Fortaleza Bela

Já percebia que as instalações elétricas públicas feitas pela COELCE não primam pela estética, mas nunca pensei que elas pudessem ser tão descuidadas. Vejam essa foto abaixo que tirei de uma borracharia na Rua José Lourenço quase esquina com a Torres Câmara. As instalações aparentes são horrorosas e dominam completamente a visão do muro. Não sou especialista, mas arrisco a dizer que as mínimas condições de segurança também não são verificadas. Vinda de uma empresa que tem concessão pública, deveríamos esperar mais, não?

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Redes Corpo-a-Corpo de Telefonia


Vejam que interessante essa material que vi na PopSci. Pesquisadores britânicos estão investigando um meio bem inusitado de acabar como os gargalos de transmissão de dados na Internet. Um sistema de transmissão corpo-a-corpo (BBN - Body-to-Body Network) requer que cada usuário tenha um tipo de sensor que pode ser embutido dentro de um telefone. Todos os sensors se comunicam com outros para fornecer uma rede ad hoc que permite o envio e recepção de dados sem a necessidade de recorrer a uma torre de transmissão.

O mais interessante dessa proposta é que, como seu combustível depende de gente, ela vai funcionar onde os sistemas tradicionais funcionam com mais dificuldade: lugares densamente povoados. Quanto mais gente com sensores, mais capacidade de transmissão. Conheçam um pouco mais do laboratório de pesquisa da Universidade de Queen’s em Belfast, os mentores do projeto, aqui.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

DMB no Rio


Quase não este texto não sai! O show de Dave Matthews Band (DMB) no Rio foi há quase um mês e ainda não tinha tido tempo de escrever sobre ele. Eleições e novidades em WikiCrimes e Wikimapps foram ganhando prioridade.

O Rio de Janeiro sempre me é surpreendente. Infelizmente, não só pelas suas belezas. Cheguei no Rio na sexta-feira do show na parte da tarde. Fiquei no Leme, Hotel Othon, e logo no check in solicitei apoio ao recepcionista do hotel para ter transporte à Arena HSBC, local do show. Ele me ofertou um transporte que custava a bagatela de R$ 350,00 para ir e voltar! Disse-me que o táxi para lá em corrida normal seria R$120,00. Recusei evidentemente.

Fomos, minha esposa e eu, de taxi regular mesmo. Não sem receio de como seria a volta, mas ficamos sem muita alternativa. Pois bem, a ida foi bem excitante do que desejávamos. Nossa rota, sugerida pelo motorista foi a Niemeyer porque o túnel era perigoso. Mal sabíamos o que nos esperava. No meio do caminho, em um pequeno engarrafamento, ouvimos gritos desesperados de carros que vinham na direção contrária: “volta ! volta!”.  Um arrastão acontecia à frente. Os carros na fila do engafarramento passaram a fazer o retorno e “marche arrière” desordenadamente. O motorista do taxi estava visivelmente transtornado e senti que meu intento de ver o DMB estava a perigo. Fui tentando acalmar-lhe, e com meu iPhone, consultei o tráfego no túnel da Rocinha. Disse-lhe que estava fluido e que ele tentasse por lá. Embora reticente, ele aceitou a sugestão. Afinal, a Linha Amarela nem era de forma alguma uma alternativa viável. Era voltar para o Hotel ou arriscar o Túnel. Deu certo.

Chegamos no HSBC. Muito belo Ginásio. Estrutura perfeita tanto para jogos como para shows. O show foi espetacular. A banda tinha uma relação especial com o Brasil e com o Rio. Tocaram mais de 3 horas. Reconheço que foi um pouco cansativo, pois o dia havia começado muito cedo. O ponto alto do show foi quanto tocaram #41 com a companhia dos brasileiros Carlos Malta na Flauta e Gabriel Grossi na gaita. Sensacional!. Seus solos acompanhados do violino e da guitarra foram incríveis. Carter Beauford na bateria é um show à parte. A banda deve dar uma parada para descanso e só retornará em 2012. Prometeram voltar ao Brasil.

A volta foi tranqüila. Havia muito taxi disponível para levar os espectadores. Os taxistas estavam surpresos com a multidão, pois não conheciam a Banda e no mesmo dia ocorria o show do Bon Jovi. Detalhe. Paguei R$ 100,00 ida e volta de taxi. Exploração de turista não é nada bom para uma cidade com uma agenda de eventos internacionais tão rica. 

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

WikiCrimes Mobile no iPhone


Mais uma grande novidade em WikiCrimes. Lançamos a versão do “Aqui é perigoso?” para iPhones. Desta feita, trata-de obra iniciada por Lucas Mouras e concretizada por Daniel Macedo, dois alunos da graduação em informática da UNIFOR.

Para instalá-lo, basta de seu iPhone, acessar a App Store, fazer a busca por WikiCrimes e solicitar a sua instalação. O aplicativo é bem simples de usar. Basta acionar o botão que representa a pergunta “Aqui é Perigoso?”. A resposta é a visualização no mapa do local onde a pessoa se encontra (pelo GPS do celular) e um conjunto de alfinetes indicando os crimes ocorridos no local considerando-se um círculo de raio a ser configurado. WikiCrimes faz ainda um cálculo comparativo de quanto a área circulada é perigosa em relação a uma área de cerca de dez vezes maior. 

Baixem em seus telefones, usem WikiCrimes e nos dêem feedback do que acham.


quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Xenofobia de Mayara na rede

Talvez nem todos conheçam Mayara Petruso. Eu também não a conhecia (aliás, nem creio poder dizer que a conheço). Logo depois da eleição, no entanto, essa estudante paulista de Direito ganhou seus momentos de notoriedade no Twitter e acabei sendo apresentado às suas idéias (ou pelo menos a algumas delas).

A pobre moça explicitou em seu Twitter sentimentos Xenófobos que, infelizmente, indicam ranços, muitas vezes subconscientes, mas que existem em parte da população brasileira e que afloram em momentos de paixão. Não vou reproduzir o que ela disse, pois não quero alimentar rancores. Acho que o calor da campanha e o tom agressivo dos candidatos potencializaram comentários exagerados em todas as direções e de muitos.  Mesmo daqueles que se esperava uma postura mais serena.

Achei o debate eleitoral no Twitter lamentável.  Nem em dias de clássico de futebol se vê tanta bobagem. Cheio de clichês, slogans preconceituosos, agressões e muita baixaria. Lamento que o Twitter tenha se transformado em um instrumento de debate inócuo. A falta de espaço para argumentações proíbe discussões mais profundas. Elas são marcadas por frases de efeito e as agressões e clichês negativos são os preferidos.

Não me surpreende que Mayara e muitos outros seguidores tenham entrado na linha xenófoba. A moça até que tentou se refazer da tolice. Retirou o Tweet e pediu desculpas, mas já tinha dado o combustível para uns e outros começarem a “discussão”com mais baixaria em todas as direções. Como é jovem, Mayara terá oportunidade para mostrar que seus tweets foram um mero lapso e que não vão influenciar na sua vida. Só tem um problema: ela agora é celebridade! Outra marca relevante da Twitterland: o sucesso explosivo e intempestivo. Se quiser, ela poderá deixar-se explorar pelos meios de comunicação, pelas revistas masculinas, programas de auditório, etc. e etc. Será uma outra Geisy Arruda? Cabe a ela escolher. Mas creio que, se decidir pelo caminho da celebridade, terá muito mais trabalho para mostrar que a xenofobia  não está dentro dela.  

terça-feira, 2 de novembro de 2010

A Derrota de Serra: o PSDB precisa aprender com Minas

 Fiz questão de enfatizar nesse texto a derrota de Serra e não a vitória de Dilma. Primeiro porque não quero aqui fazer uma análise dos resultados da eleição em geral. Depois, porque muito tem se divulgado que o Nordeste foi o responsável pela vitória governista e consequentemente pela derrota de Serra. Faço uma leitura um pouco diferente das razões da derrota. Acho que o PSDB continua criando condições internas para perder.

Evidentemente que não posso deixar de considerar que algumas regiões do País demonstraram uniformemente a preferência por um ou por outro e que muitas pessoas votaram em Dilma porque achavam que ela era a melhor candidata. No entanto, creio que há algo não explorado na derrota de Serra que deve ser um aprendizado ao PSDB: desuniões internas.

Acho que a grande e inaceitável derrota de Serra foi em Minas Gerais. Ali sim, o candidato tucano foi derrotado flagrantemente. Como explicar que em um dos maiores colégios eleitorais do País, Aécio Neves com enorme popularidade, já eleito para o senado e tendo feito um governador sucessor, não consiga nem fazer com que o candidato de seu partido tenha maioria? Indício claro que o PSDB não marchou unido na campanha.

Essa não foi a primeira vez. Em 2002 Tasso Jereissati quis disputar as primárias com Serra e foi voto vencido. Não conseguiu convencer o partido de que a disputa seria salutar. De lá para cá, Serra não conseguiu nunca mais obter a simpatia do cearense. E a conseqüência disso não foi  somente a falta de apoio de Tasso. Foi sobretudo um sentimento de antipatia do cearense que achou que a atitude do partido e de Serra havia sido autoritária. Estava criado então o terreno fértil para os slogans tipo “Serra anti-nordestino”.

Na eleição deste ano a mesma situação se repetiu. Aécio Neves se apresentou como potencial candidato, mas, novamente, o PSDB paulista não permitiu maiores discussões sobre quem recairia a escolha. Fui a BH duas vezes e escutei com freqüência dos mineiros o mesmo tipo de comentário que escutei na época de Tasso. Havia sempre um ranço, um desgosto que não permitia criar um entusiasmo pelo candidato do partido. Por mais que Aécio tenha trabalhado, não foi suficiente.

A implantação de uma sistemática mais democrática de escolha do candidato deveria ser-lhe a maior aprendizagem de todas dessa campanha ao PSDB. Seria um ganho a mais na democracia brasileira.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Dylan e Stones

Para os fãs dos Rolling Stones e de Bob Dylan, ofereço esse vídeo dos Stones cantando "Like a Rolling Stone".


quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Bullying Institucionalizado

Em comparação com europeus e americanos, uma das posturas que mais considero marcante nos brasileiros, e mais ainda em nordestinos, é o hábito de “reparar” algo nos outros. Quem morou no exterior percebe mais claramente  esse hábito. É algo tão enraizado na nossa cultura que poucos que aqui vivem percebem o quanto é presente.  Morei na Europa e nos EUA. Ao conviver com outras pessoas lá, percebe-se claramente a preocupação de todos em respeitar a imagem e as decisões dos outros. Por exemplo, se você vai a um cabeleireiro, ninguém no trabalho diz “cortou o cabelo, ne’!”.

Quando falo sobre isso a amigos, alguns me dizem: “puxa como deve ser sem graça”. Pois é, pode-se até atribuir esse tipo de postura a frieza e distância, mas acho que é muito mais uma forma de respeito ao espaço dos outros.

Creio que nós, sob a desculpa da intimidade e convivialidade, exageramos. Reparamos nos outros tudo que os marca. É uma espécie de bullying institucionalizado. Você está magro ou gordo, velho ou novo, cabelos brancos ou pretos, curtos ou longos e por aí vai. Reparamos cada detalhe nos outros como se precisássemos disso até para nos aproximar, para ter intimidade. Não me surpreende quando leio sobre a procura crescente por cirurgias plásticas. Deve ser um peso grande para quem tem algo físico a ser notado a todo momento.

O cearense em particular além de comentar sobre alguma característica de alguém, ainda o faz frequentemente em tom jocoso. Quem vestido de preto não recebeu o comentário “está de Zorro, eih”. Se veste branco, “Lá vem o doutor ou o pai-de-santo”. Faz-se isso sem muito cuidado e frequentemente se passa dos limites. Algumas pessoas ao serem apresentadas a outras, já reagem com uma piadinha ou comentário engraçado. Não consigo me habituar com isso confesso. Mas como se diz por aqui “perde-se um amigo, mas não a oportunidade de uma piada”. 

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Personal Democracy Fórum – Latin American

Saiu a programação e os palestrantes convidados do Fórum da Democracia Pessoal que ocorrerá em novembro em Santiago do Chile. Vejam a chamada principal abaixo.

Quedan muy pocos días para que comience el 1º Personal Democracy Forum América Latina, la principal red de conferencias sobre Tecnología y Política del globo. Cientos de líderes digitales, políticos, gente de medios, consultores, emprendedores de tecnología, líderes del sector público y ONGs de América latina, se darán cita en PDF este próximo 18 y 19de noviembre en la Torre Telefónica de Santiago.

Palestrantes de várias nacionalidades (USA, México, Chile, Guatemala, Argentina, Cuba, Costa Rica, Peru, Colômbia, Espanha e Kênia) estarão presentes. Tenho a honra de representar o Pais juntamente com Eduardo Leoni e Soninha Francine os outros dois palestrantes brasileiros. Vejam a programação e conheçam mais do PDF aqui.

Vejam também que a Google tem uma promoção em que oferta a inscrição e hospedagem de graça. Não custa nada tentar.


terça-feira, 26 de outubro de 2010

TEDxSudeste: Rememoração Esperada

Em maio deste ano escrevi sobre minha experiência ao palestrar no Planetário do Rio de Janeiro durante o TEDxSudeste. Desde então esperei ansiosamente pelo lançamento do vídeo da palestra. Os vídeos dos diversos palestrantes foram sendo gradativamente lançados e não via a hora de ver o que descrevia minha palestra. Hoje, soube pelo Twitter que ele enfim estava publicado. Convido-os a assisti-lo. Digam-me a opinião de vocês e não esqueçam de divulgá-lo. É a primeira oportunidade que tive de registrar os objetivos e desafios de WikiCrimes e Wikimapps de forma profissional. O vídeo será um instrumento essencial na divulgação da mensagem.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Aqui é perigoso?

Final de ano, momento de festa, muitos se deslocam para locais não muito conhecidos. Seja um buffet em local distante ou mesmo uma viagem de férias em outra cidade, bom seria se pudéssemos saber se o locais para qual nos dirigimos, ou onde vamos nos alojar, são perigosos, não? Com a colaboração de todos em WikiCrimes isso já será possível.

Uma versão, totalmente grátis, de WikiCrimes que chamamos de WikiCrimes Mobile pode ser instalada em smartphones que rodem o sistema operacional Android da Google. Essa inovação foi fruto do trabalho de final de curso de André Fonteles, aluno da graduação em informática da UNIFOR, que dedicou-se ao projeto com tenacidade e se pôs a terminá-lo em tempo recorde. A instalação em celulares desse tipo se faz a partir da loja de aplicativos da Google chamada Android Market (a aplicação deve ser acessada diretamente nos celulares).

WikiCrimes Mobile é bem simples de usar e conterá somente uma função: “Aqui é perigoso?”. Nela o usuário do telefone pergunta se o local onde ele está (identificado pelo GPS do celular) é perigoso.  O local é demarcado por um círculo com raio configurado pelo próprio usuário. Como resposta ele recebe um mapa com os crimes ocorridos dentro deste círculo centrado no local onde está. Recebe ainda uma mensagem que diz o quanto a região é perigosa em relação a uma área de aproximadamente dez vezes  o raio configurado. A lista de crimes ocorridos na área pode ser consultada e individualmente, cada um deles pode ser visto no mapa.

A mensagem de WikiCrimes sobre se o local é perigoso recebe como resposta os valores baixa, media ou alta periculosidade. Nosso objetivo não é o de fazer uma análise da criminalidade de uma área muito ampla como de uma cidade. Queremos dar uma noção às pessoas sobre o quanto o lugar onde ele está é perigoso em relação a outros ao redor. Assim, se alguém vai estacionar um carro em um certo local, por exemplo, pode tomar a decisão de se mover para algum lugar adjacente se o local em questão for muito perigoso.

Fazer as pessoas acreditarem que compartilhamento de informação criminal pode trazer frutos positivos a todos é um de nossos maiores desafios. Essa cultura de compartilhamento não acontece da noite para o dia. Exige-nos avançar para propor ações e serviços que mostrem concretamente o quão todos podem se beneficiar se essa cultura mudar. A prestação de serviços de informação ao cidadão através do telefone celular é uma das estratégias mais recentes que lançamos nessa direção. Acreditamos que quanto mais pessoas acessarem o serviço, mais vão perceber que ele só será útil se houver participação com o compartilhamento da informação sobre a ocorrência dos crimes.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A Segurança de Pernambuco na Câmara Municipal de Fortaleza (CMF)

Quem diria. Pernambuco reduz os crimes continuamente nos últimos quatro anos. O Ceará os faz crescer. Essas e outras foram expostas na excelente palestra do colega Luis Ratton da Universidade Federal de Pernambuco na CMF com intervenções do Prof. César barreira da UFC. Ratton expôs o projeto em implantação no Estado vizinho intitulado “Pacto pela Vida”. Trata-se de um conjunto de ações que vão da estruturação administrativa dos diferentes setores e sob a coordenação do Secretário de Planejamento do Estado até as ações operacionais como a decisão de focar na redução dos crimes letais contra a vida.

Para um estudioso em Segurança Pública, Ratton não falou nada de novo. Felizmente! Já havia escrito aqui mesmo no blog sobre como os diagnósticos e os planos de segurança começam a convergir no Pais. Mas isso não é tudo, pelo contrário. A implementação desses planos é super-difícil. Para começar exigem visão e ações multi-disciplinares e gestão por resultados. Coisas que os nossos governos não sabem fazer.

O grande mérito do governo pernambucano é atuar com determinação e força política  para implantar um plano tecnicamente correto, feito por quem entende e tocado pelos que o conceberam. Esse é um detalhe importantíssimo. O plano é sólido, não está fundamentado em marketing. Mas não basta ter planos política e tecnicamente corretos. A implantação eficaz dos mesmos é muito mais difícil de ser conseguida. Já escrevi também sobre o quanto nossa cultura subestima “o fazer”.

Não pude, no entanto, deixar de temer pelo futuro do plano pernambucano. Não seria o primeiro exemplo de falta de continuidade na área. Na apresentação de Ratton vi muito do que o Estado do Ceará já tinha feito há dez anos atrás e que inexplicavelmente foi se deteriorando.  A falta de continuidade é um dos maiores problemas nessa área. Em particular, quando os planos são inovadores, eles requerem pessoas de fora das instituições e que têm passagem provisória pelas mesmas. Como o governador pernambucano vai ainda ficar mais quatro anos, vamos torcer para que o processo de internalização das mudanças se solidifique. 

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Mapa da Descontinuidade: Isso sim, seria inovação

Semana passada li uma notícia no jornal O Povo que me causou espanto. Nela dizia-se que a Secretaria de Segurança ia criar um mapa da criminalidade. Havia depoimentos de que se usavam planilhas e que agora iriam usar um software com mapas digitais. Leia a matéria aqui.

A surpresa que tive deve-se ao fato de que as ferramentas para criar mapas desse tipo, inclusive com a possibilidade de colocá-los à disposição do cidadão foram feitos há cerca de dez anos. Desde a implantação do CIOPS em 1998, softwares de geoprocessamento foram feitos para indicar os locais mais perigosos e subsidiar o planejamento das ações de policiamento ostensivo e repressivo.

Lembro-me que foi desenvolvido um site, inovador na época, chamado de estatísticas mapeadas que era disponibilizado pela intranet da Secretaria para que todos os comandantes de companhia e delegados pudessem fazer consultas nesses mapas.

Se tivessem pelo menos anunciado que iriam reativar ou melhorar o que existe, teria ficado menos surpreso. Estou pensando em criar um WikiMapp para mapear colaborativamente as iniciativas que são descontinuadas no serviço público.  Será que isso já existe?

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Jamais diga uma mentira que não possa provar

A frase paradoxal que intitula esse texto é de Millor Fernandes e ilustra o que, ao meu ver, tornou-se a campanha para eleição presidencial. O “debate” (se é que se pode chamar assim) entre Dilma e Serra é talvez o maior símbolo do quanto a política nacional está aquém da Nação e do que Ela merece.

Os candidatos, assessorados por especialistas em marketing, buscam incessantemente encontrar manchas um no outro, e sobretudo, manchas que “peguem”. A campanha virou uma guerra de clichês sem igual. Dilma é favor da morte de criancinhas e é terrorista enquanto Serra detesta nordestinos e vai acabar com o Bolsa Família, só para exemplificar. Sob os olhos da população espantada, mentem e chamam-se de mentirosos. Esse parece ser justamente o único ponto que os faz convergir e provavelmente é onde estão certos.  A eleição se encaminha mais e mais para a escolha daquele que não queremos que seja presidente. Ou seja, será o voto pela exclusão do outro.

Os candidatos são reféns de uma estratégia que eles mesmos criaram. Abdicaram de um debate profundo e puseram-se em um contínuo e desgastante processo de infantilização da população como dito no primeiro turno por Marina Silva. Não conseguem defender nem mesmo aquilo em que acreditam. Consequentemente, não convencem.Tal situação eleva o desgaste da classe política e do processo democrático e só nos dá uma certeza, qualquer que seja o vencedor terá um governo que já entra perdendo.

O próximo presidente não nos ajudará muito a sonhar, nem a pensar no Brasil do futuro. Será presidente, mas não será líder. Como não podemos nos dar o luxo de perder a oportunidade de continuar progredindo, vamos ter que nos auto-motivar e aprender a sonhar por nós mesmos. Mas que a campanha de 2014 começará muito mais cedo, vai.

domingo, 17 de outubro de 2010

My Sweet Lord

Nesses dias em que alguns insistem em ocupar espaços políticos com dogmas religiosos, recebi de Alex Garcia essa pérola que achei por bem publicar. My Sweet Lord numa homenagem de grandes do Rock e da guitarra ao ex-Beatles George Harrison. Harrison que fez outras grandes composições como Here Comes the Sun e While My Guitar Gently Weeps (minha preferida).

No vídeo abaixo, veja Billy Preston, Eric Clapton, Ringo Starr, Paul McCartney e outros mais.  Lembrança de uma época em que a nobreza e beleza da oração foi explicitada na música. E só.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

WikiCrimes no EDTED de Fortaleza


Neste sábado, no hotel Vila Galé, estarei palestrando no EDTED (Encontro de Design e Tecnologia Digital) que acontecerá pela primeira vez em Fortaleza. Trata-se de um evento que já chega à sua 15ª edição, com o total de 220 palestras e mais de cinco mil profissionais com o objetivo de trocar informações sobre o potencial da internet, as novidades do mercado e a importância do design e da tecnologia neste meio.

A cidade de Fortaleza foi incluída no roteiro e, agora, serão percorridas dez cidades: Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis, Brasília, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza e Recife. A programação aumentou e os participantes terão quatro espaços de conteúdo para escolher: Design, Tecnologia, Oficinas e Desconferências. Os temas são voltados para designers, webdesigners, programadores, desenvolvedores web, publicitários, empreendedores etc.

O evento terá início na manhã de sábado e minha palestra será às 10:00hs. Mais uma oportunidade para falar de WikiCrimes, Wikimapps e suas novidades. Sintam-se convidados. A inscrição pode ser feita pela Internet no site do evento.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Dirigir um automóvel é uma atividade em perigo ou somente perigosa?

Cruza-se a fronteira entre ficção e realidade cotidianamente. Os celulares, que hoje já nos são tão comuns, já foram um objeto muito distante. Lembram-se de Maxwell Smart, o agente 86, com seu telefone celular (que era um sapato L)?

Pois bem, uma dessas fronteiras que parece ainda distante dá mostras de que se aproxima: carros sem motoristas. Esses carros, considerados um tipo de veículo autônomo, não precisam de motoristas e são guiados por computadores que se baseiam em dados capturados por sensores e câmeras.  Competições acadêmicas onde os pesquisadores apresentam os avanços no setor acontecem anualmente.

Recentemente, ninguém menos que a Google entrou na busca por soluções.  E quando a Google entra em cena, pode esperar que algo acontece. A Empresa de Mountain View formou logo uma equipe de peso. Contratou os pesquisadores que ganharam os mais recentes prêmios das competições promovidas pela DARPA (Agencia de Defesa Americana) e fez parcerias com a equipe de robótica e engenharia da Universidade de Stanford na Califórnia.  

Em seu blog, a Google apresentou os avanços que vêm fazendo com a tecnologia que permite que os carros façam seus trajetos sem motoristas. O carro da Google usa câmeras de vídeo montadas no teto, sensores de radar e uma mira a laser para enxergar outros carros e obstáculos no trânsito. Ele já rodou mais de 200.000 Km pelas ruas de cidades americanas sem provocar nenhum acidente. A motivação da Empresa é a de reduzir o índice de mais de 1,2 milhões de vidas que são perdidas em acidentes de trânsito. 

Para os que me lêem e adoram usar suas Ferraris nas seguras e velozes autoestradas brasileiras, fiquem atentos.  Esse hobby pode estar chegando ao fim.




domingo, 10 de outubro de 2010

A Hipocrisia Eleitoral

O curso que a campanha tomou com o predomínio de um debate puxado pelos conservadores religiosos e onde agora predomina a hipocrisia dos candidatos é o que mais me dá desgosto desde o começo da campanha.

O governo brasileiro vinha gradativamente tomando medidas seguras e importantes fernte a um problema gravíssimo de saúde pública. No Brasil a cada dois dias uma mulher more vítima de abortos feitos em condições precárias. Algo precisava e precisa ser feito.

Serra teve sorte de sempre se posicionar contra o aborto. Viu um tema que conseguiu deixar Dilma nas cordas cair-lhe ao colo e agora está disposto a capitalisar. Já Dilma não consegue defender o que o governo fez até agora e fica querendo dizer algo que agrade a gregos e troianos.
Irresponsabilidade pura dos dois. Deixam assim emergir uma classe que até então era silenciosa, mas que começa a colocar as asas de fora. Nunca fomos um País marcado pela intransigência religiosa. Esse movimento pode ser extremamente pernicioso para o País.

Louve-se Marina Silva. Sempre tive receio de sua religião e do quanto ela poderia ser influenciada por pensamentos radicais vindos dos que a apoiavam. Para minha surpresa, o perigo está em todos os campos.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Desafios da Inovação

Volto ao tema da inovação que já foi objeto de algumas reflexões aqui e aqui. Lembro, primeiramente, que a FUNCAP (Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico do Estado do Ceará) está com três editais de subvenção econômica para empresas em aberto.

Participei, semana passada, de várias reuniões em que empresários cearenses expuseram suas dúvidas, queixas e dificuldades para fazer inovação. Algumas dúvidas e problemas foram mencionados e que achei merecerem reflexões.  

Outro questionamento comum é sobre a necessidade de se ter um pesquisador na equipe técnica. Não é obrigatório contar com  um pesquisador na equipe, mas é salutar que isso ocorra. Pesquisadores normalmente tem o perfil para responder a uma das perguntas que mais atormenta o empresário: “Essa ideia é inovadora?”. Como pesquisadores são obrigados a estarem na fronteira do conhecimento, eles têm naturalmente a visão do que pode se constituir uma inovação. Evidente que isso não exime o feeling que os empresários têm sobre se a ideia dá dinheiro.

Quase todos se queixam que é muito pouco tempo par fazer um projeto e mesmo para achar colaboradores. Se a postura das empresas for a de reação à editais de fomento, essa queixa vai continuar a ocorrer. Muitas vezes algumas empresas pedem-me indicações de colegas pesquisadores para assinar projetos que já estão preparados. Querem doutores de aluguel! Impossível isso acabar bem. Inovar é um processo que deve estar internalizado nas organizações e a cooperação com a academia deve ocorrer independentemente de um edital específico. Os pesquisadores devem conhecer as potencialidades da empresa e os problemas que as impedem de crescer. Só assim conseguirão vislumbrar oportunidades. Quem ainda não começou a se preparar já está atrasado. O Brasil acordou para a inovação e não há nada que indique que isso vai se acabar logo.

Outros dois aspectos mais pontuais e que se referem à feitura dos projetos são os seguintes. Algumas empresas apresentam projetos de inovação com pouca ou nenhuma relação com o que ela tem expertise ou experiência. É preciso lembrar que os avaliadores vão buscar verificar se a Empresa tem condição de desenvolver o projeto. A experiência demonstrada na área que se propõe o projeto é determinante para ser bem avaliado.

Muitos projetos apresentam valores para aquisição de equipamento e insumos muito elevados e sofrem cortes bruscos. É preciso compreender que a subvenção visa subsidiar o processo de inovação e não o processo de produção. É comum a apresentação de propostas em que os equipamentos e muitas vezes os insumos são em volume injustificáveis para a inovação. Por exemplo, se para desenvolver a inovação é preciso comprar um insumo, espera-se que o volume necessário para isso seja somente em escala para uso em laboratório. Depois da inovação feita, cabe ao empresário buscar outros recursos para comprar os insumos em volume em escala industrial.