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quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Pedofilia, Orkut e Lan Houses

Hoje estarei no programa de televisão do Paulo Oliveira na TV Diário pela manhã para conversar sobre Redes Sociais na Internet (e.g. Orkut), pedofilia e outras mais. Recentemente venho me interessando pela forma como os brasileiros usam o Orkut. O lançamento de WikiCrimes no Orkut aumentou a necessidade de compreender as preferências e motivações de seus usuários. Muitos amigos me perguntam sobre a postura a ter em relação aos filhos sobre o uso do computador e essa será a pergunta condutora da conversa na TV. Para começar, quero dizer que as redes sociais vieram para ficar e não as vejo somente como um demônio a ser combatido. Trata-se de uma nova forma de socialização e comunicação entre pessoas. Há inclusive um enorme espaço para negócios nesse contexto (falarei sobre isso em outro momento). É bem verdade, que no Brasil ainda predomina o uso das redes sociais para atividades de lazer e quase sempre bem fúteis. Infelizmente, não se trata aqui de um problema tecnológico, mas cultural. Pois bem, deixem-me voltar à questão do controle dos pais. Já existem ferramentas para bloquear acesso a sites pornográficos ou para registrar todos os endereços consultados pelas crianças para posterior “auditoria”. Mas isso não garante proteção total e , sinceramente, não vejo muito interesse dos pais em fazer isso. Talvez aqueles que são profissionais de Informática até se aventurem, mas a maioria não tem tanto entusiasmo ou familiaridade com a tecnologia. Mas como proceder então? Acompanhar e impor limites constitui uma boa estratégia. Definir horários de uso do computador, acompanhar os sites que estão sendo usados pelos filhos (se possível participando das comunidades que eles fazem parte), conversar sobre os perigos de conversar com desconhecidos, enfim, nada extraordinário e que os pais devem fazer de uma forma geral, não somente ao que concerne a Internet. Infelizmente, isso não é nada fácil. Além da aversão que a geração menos jovem (ou mais madura) tem à tecnologia, uma característica bem brasileira vem potencializar a complexidade do processo. A maioria dos jovens, principalmente os menos favorecidos, usa a Internet fora de casa, nas Lan Houses. Aí, as sugestões de acompanhamento que mencionei previamente não valem muito. Nesse ponto é que o Estado tem um papel importante. Uma regulamentação do uso de computadores por menores em Lan Houses, já existente em alguns Estados, é fundamental. Vejam, no entanto, que essa questão é, de fato, muito parecida com outras que já discuti aqui sobre a responsabilidade das pessoas para que as leis sejam cumpridas. Da mesma forma que vender bebida alcoólica para menores deve ser penalizado, deixar crianças acessar sites proibidos em Lan Houses também requer punição. Se não houver acompanhamento nem suporte da população será mais uma lei que não pega (com efeitos maléficos às crianças).

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