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segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Dahlem Konferenzen – Éticas em Modelos

Na Dahlem Konferenzen, como já mencionei, participei dos grupos de modelagem de crime com criminologistas, sociólogos, matemáticos e físicos. Mas outros grupos também discutiram a modelagem matemática das interações sociais. Obviamente, a Economia é uma das áreas que historicamente vem fazendo isso. E por essa razão um dos aspectos mais largamente debatidos foi à necessidade de uma ética na manipulação de modelos econômicos. Os economistas argumentaram que modelos matemáticos em economia vêm exercendo um papel de mais e mais relevante no mundo. Isso fez com que modelos fossem sendo usados sem que se tivesse a perfeita dimensão das conseqüências e limitações que eles contêm. A crise atual foi para muitos um exemplo de como havia um gap nas teorias econômicas e a prática e, por isso mesmo, é um momento fantástico para se rever o que se está fazendo. Percebi que mesmos os pesquisadores da área estavam espantados com o fato de que nenhum modelo econômico tinha previsto o que ocorreu e nem sabe como proceder diante da situação. A conclusão deles é que, primeiro, crises são parte da dinâmica do sistema, como conviver com elas deve ser previsto, pois sabe-se que elas vão acontecer. Depois, há que existir uma ética na criação dos modelos de forma que se possa sempre ter a perfeita conseqüência dos limites dos mesmos e das implicações se estiverem incorretos. Essas preocupações já passaram a fazer parte dos outros grupos mesmo daqueles onde o tema é embrionário como é o caso da modelagem matemática das relações sociais que levam à criminalidade. Quiçá essas preocupações passem, em breve, a estar na pauta de minhas pesquisas.

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