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segunda-feira, 30 de junho de 2008

Gratificação por Desempenho para a Polícia

Li nos jornais de Fortaleza que o governo estuda a possibilidade de remunerar policiais de forma diferenciada a partir da eficiência na redução dos índices de criminalidade. A matéria dizia que se a incidência de crimes for reduzida em determinada área, os policiais que atuam nela ganhariam uma premiação por desempenho e que os estudos para implantação de tal medida estavam adiantados. Não tenho como falar especificamente do projeto do governo, pois os detalhes do mesmo não foram revelados. Aliás, dada a complexidade do assunto, acho mais é que a notícia de que essas medidas estão avançadas não são precisas. De qualquer forma, esse assunto me interessa sobremaneira. Tenho dito e escrito (veja textos sobre o assunto aqui e aqui) que um dos maiores problemas das polícias brasileiras é a questão gerencial. Estabelecer um sistema de metas para avaliação da qualidade das ações é sem dúvida uma boa prática gerencial e em essência deve ser louvada. Agora, há três questões fundamentais a serem respondidas antes de se iniciar um sistema desse tipo nas polícias: i) O que é uma polícia de qualidade? ii) Quais os indicadores que indicam essa qualidade policial? iii) Existe estrutura de coleta, acompanhamento e análise desses indicadores, que permitam avaliações confiáveis? Ao se tentar responder a essas perguntas com um pouquinho de cuidado, vê-se logo que a coisa não é tão simples. Não há respostas absolutas para as mesmas e digo-lhes que isso não é só um problema cearense, nem mesmo só brasileiro. Não é a toa que este é um dos temas mais palpitantes da pesquisa científica em segurança pública e que envolve sociólogos, informáticos e administradores para mencionar alguns. Alguns governos tentaram precipitadamente implantar medidas de incentivo a produtividade policial sem o cuidado que o tema exige e tiveram resultados devastadores. O exemplo mais representativo foi visto no Rio de Janeiro onde um prêmio por bravura em combate elevou fortemente os níveis de violência da polícia que se viu “incentivada de ir a luta” (literalmente). Alguns fatores tornam o contexto da segurança pública atípico. Uma avaliação de qualidade se faz sempre tendo como referencial o cliente final e se ele se sente satisfeito com o produto ou serviço prestado. Pesquisas de opinião para medir a satisfação do cidadão é uma alternativa para avaliar essa qualidade. O que essas pesquisas de opinião refletem é a sensação de segurança cidadão, um fenômeno extremamente difícil de ser compreendido posto que volátil e passível de manipulação. Por exemplo, um policial corrupto que atua em milícias e que “impõe a ordem” em uma área pode levar um cidadão a se sentir seguro (como tem sido o caso em várias regiões de grandes capitais brasileiras), mas evidentemente não pode ser considerado como fazendo polícia de boa qualidade. Além disso, ressalte-se que historicamente, as polícias sempre foram habituadas a medir sua qualidade por procedimentos efetuados. Por exemplo, número de armas apreendidas, prisões efetuadas, inquéritos produzidos, etc. Nunca buscaram muito saber se esses procedimentos produziam o resultado final desejado. Ou seja, se mede o esforço, não a qualidade do resultado. Por fim, o contexto policial é talvez o único onde as informações que poderiam ser usadas para medição de produtividade são de uso exclusivo das organizações policiais. Quantidade de crimes, locais onde eles ocorrem, investigações criminais e grande parte das outras informações cotidianas são coletadas, registradas e mesmo criadas pela própria policia. Um sistema de incentivo a produtividade pode sofrer muito com a falta de confiabilidade dessas informações. Dar visibilidade às informações públicas criminais é algo essencial, coisa que, aliás, já venho denunciando com WikiCrimes, como os leitores desse blog já bem sabem. Em resumo, o assunto é por demais complexo, mas não quer dizer que não deva ser perseguida uma alternativa. Só que exige cautela e uma abordagem holística que compreenda a interação de todos esses aspectos. Não pode ser tratada de forma pontual.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Centro de Gestão e Estudos Estratégicos – CGEE

Semana passada, tive a oportunidade de conhecer alguns dos projetos desenvolvidos pelo CGEE, uma organização social fundada em 2001, com o objetivo de fomentar um movimento nacional para o conceito de inovação. A Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado do Ceará e a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico - FUNCAP receberam a presidente do CGEE e alguns de seus diretores e assessores que vieram fazer apresentações e reuniões de negócios com alguns Órgãos no Estado. O CGE trata-se ainda de um espaço de debates sobre os mais diversos problemas brasileiros e seus diferentes atores. Atualmente, o CGEE se sustenta através de contratos de gestão com órgãos como o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) para, por exemplo, conduzir a gestão dos fundos setoriais além de definir estratégias de avaliação dos mesmos. O Centro realiza ainda estudos prospectivos afim de gerar subsídios para a tomada de decisão governamental e da sociedade organizada de uma forma geral. Tudo isso é realizado através de um grande esforço de mobilização de competências. Tem parcerias com mais duas mil instituições e mais de dez mil especialistas no Brasil e no mundo. Dentre seus trabalhos um dos mais interessantes, trata-se de um estudo contratado pelo Ministério do Planejamento para definir uma agenda regional de desenvolvimento. Em linhas gerais, o estudo visa mapear, compreender e propor soluções para superar as desigualdades sociais e regionais. Achei interessante uma frase de um dos palestrantes de que a única coisa presente e uniforme em todo o Brasil era a desigualdade social. O estudo define diretrizes para integração de diversos planos de investimento como C&T, desenvolvimento industrial, territorial sempre considerando o recorte da desigualdade social. Enfim, uma estratégia multidisciplinar e transversal. Algo que já escrevi o quão considero necessário em qualquer plano de governo(veja um texto sobre isso aqui). Não tivemos acesso ao plano completo, mas soubemos que o mesmo estará em breve disponível no site do CGE. Vale a pena acompanhar para acessá-lo desde seu aparecimento. Só desejo intensamente que essas iniciativas não acabem como algumas também já mencionadas nesse espaço: planos ricos, implementações pobres. Batizei isso de estrago de idéias (veja um texto sobre estrago de idéias aqui). Aliás, outra iniciativa do próprio Centro chamada de Portal da Inovação, é sem dúvida outra ótima idéia. Valerá comentários mais detalhados nesse blog no futuro. Por enquanto, fiquem com o endereço do Portal (http://www.portalinovacao.mct.gov.br/pi/) para começar.

terça-feira, 24 de junho de 2008

“Cem mil pessoas dirigindo sem carteira”

Essa frase foi título do Figaro quando estive na França mês passado. Não se refere à realidade brasileira, mas francesa. A reportagem versava sobre como os aparelhos eletrônicos de controle de trânsito (os nossos fotossensores ou pardais), ao substituírem a presença dos guardas de trânsito, têm gerado efeitos colaterais indesejados. Ainda alertava que a probabilidade das pessoas serem abordadas pelas autoridades de trânsito era cada vez menor e por isso praticavam mais delitos como andar sem documentação comprobatória de habilitação. A matéria, em geral, discutia sobre o quão educativo eram esses aparelhos de controle eletrônicos e em que situações eles seriam eficientes. Não posso deixar de pensar no caso brasileiro, no fortalezense em particular (posto que aqui vivo), onde o descaso foi gradativamente tomando conta do sistema de controle de trânsito. Vivemos um caos total e vale a pena fazer um pequeno histórico de como isso começou a acontecer. É claramente um reflexo de decisões intempestivas tanto na formulação de leis como na implementação das mesmas. Vejam o caso de Fortaleza. Ao final dos anos 90, o Governo do Estado decidiu acabar com o Batalhão de Trânsito da Polícia Militar visto que o mesmo estava envolto em denuncias de corrupção e de mau uso de dinheiro público. Bem sintomático da nossa forma de fazer política pública. Tem corrupção acaba com os órgãos. E aí? Quem fica no lugar? Os órgãos não eram necessários? Nesse caso a saída foi apressar a municipalização. Dada a falta de estrutura e inexperiência das prefeituras nessas atividades, estava criado o ambiente perfeito para o surgimento de um salvador da pátria: os equipamentos eletrônicos de controle de trânsito. Imunes a corrupção, eficientes em arrecadar dinheiro e fáceis de serem gerenciados (até mesmo com terceirizações). Ocorre que esses equipamentos não podem de forma alguma serem usados para substituir a presença das autoridades e do respeito que elas têm por obrigação impor (não vou nem mencionar a falta que fazem em termos de segurança pública). Gosto sempre de dar um exemplo de situação ocorrida comigo enquanto morava lá mesmo na França (mais de dez anos atrás). Vi-me, certo dia, trancando um cruzamento em um grande congestionamento. Naquele momento, um policial de moto, que passava em outra parte da avenida, fez um grande contorno para vir em minha direção. Deu-me uma tremenda de uma bronca, parou o trânsito e me fez dar “marche arrière” ao mesmo tempo que exigia que os carros atrás de mim me dessem espaço. Valor da multa: zero. Valor da vergonha: enorme. Dá para ficar desatento e fechar o cruzamento de novo? Há que se compreender que autoridades da lei (não só as de trânsito) têm obrigação de fazer valer suas prerrogativas de controladores sociais que lhes foram dadas pela sociedade. Nada os substitui e o constrangimento que podem eventualmente fazer um cidadão passar por estar em uma situação de delito tem um enorme peso educacional. Nenhum equipamento e nenhum valor de multa conseguem substituir isso. Vejam o que já escrevi sobre isso quando me refiro às políticas públicas no domínio da segurança pública implantadas por Antanas Mockus na Colômbia(clique aqui). As estratégias de Mockus em Bogotá configuram-se na maior iniciativa na direção de aumento do ambiente de controle social já tentada. Mockus costuma dizer que o cidadão de Bogotá (onde foi prefeito por duas vezes) tem mais receio de ficar envergonhado em público do que de levar uma multa. Isso é tão mais verdadeiro, quanto maior o poder aquisitivo das pessoas. O que dizer do caso em que as multas são aplicadas por máquinas !

segunda-feira, 23 de junho de 2008

WikiCrimes na PC Magazine

A revista PC Magazine é um ícone no mundo da tecnologia. Surgiu logo depois do nascimento do PC e tornou-se referência para tudo que se produz, se usa e se diz sobre PCs. Posteriormente, passou a tratar da micro-informática como um todo e, evidentemente, da web. Para mim a revista traz sentimentos nostálgicos, pois me lembro como, na época da Universidade, me entusiasmava ao acessar seus exemplares importados que nos faziam sonhar com as tecnologias ali apresentadas. Vivíamos em uma época de reserva de mercado em Informática, isolados do resto do mundo e sempre aquém em termos de inovação. É por essa razão que me senti particularmente feliz ao ver a matéria, em um espaço bem generoso, sobre WikiCrimes na PC Magazine (exemplar brasileiro) que está nas bancas nesse mês. Digitalizei a página da matéria e a estou postando abaixo. O site da revista é pcmag.uol.com.br. Compartlhem de minha felicidade!

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Learnissimo: Professor de Língua na Web

Esse site de iniciativa de um francês é outro bom exemplo de inovação na web. Trata-se de um ambiente de aprendizado de línguas pela web baseado em vídeo-conferência. Cinco línguas são ensinadas por meio de conversações entre professores e alunos. Com learnissimo (www.learnissimo.com) é possível ter um aluno no Brasil estudando alemão com um professor na Polônia ou estudando espanhol com um aposentado na Argentina. O preço, para padrão brasileiro é bem salgado. Cada meia hora de aula varia de 5 a 15 euros. Mas quando se sabe que o investimento inicial do site por fundos de capital de risco foi de 200 mil euros, até que não dá para achar tão caro. O português ainda não está entre o rol de línguas ensinadas. Vejam na figura abaixo que mesmo a previsão de novas línguas não inclui o português(clique na figura se quiser aumentá-la). Seria falta de professores ou de alunos interessados?

quarta-feira, 18 de junho de 2008

A Política Cearense

Está algo a acontecer com a política cearense? Tenho recentemente acompanhado alguns fatos que me levam a esse questionamento. O Governo do Estado conseguiu em duas medidas polêmicas trazer para si uma imagem negativa que se expandiu nacionalmente. Primeiro, ao contratar Hilux luxuosas para o programa Ronda quarteirão, depois a fatídica viagem ao exterior no jatinho com uma comitiva maior do que a necessária. A substituição na Prefeitura de Fortaleza, que teve três prefeitos em 48 horas, durante a viagem ao exterior da prefeita, levou a política cearense novamente ao noticiário nacional e criou um clima de que havia abandono. Por fim, o relatório do TCM que indica uma grande quantidade de políticos e gestores públicos com problemas de improbidade (na minha opinião, nesse caso, muito salutar à sociedade). Seríamos capazes de encontrar uma lei de formação para tudo isso? Lei de formação em política é dose! Mas achar que isso é só coincidência também me parece simplista. Acho que vivemos uma espécie de entressafra política. Nos últimos vinte anos, nos habituamos a vender a idéia de que tínhamos encontrado um caminho político marcado pelo cuidado com o bem público aliado a progresso econômico e modernidade que traziam orgulho ao cearense. Mesmo se o debate do quanto realmente melhoramos seja ainda muito atual, o fato era de que, em termos políticos, vivíamos um clima de otimismo. As lideranças políticas desses anos ou foram diretamente responsáveis por isso ou pelo menos se aproveitaram desse contexto e ancoraram suas gestões nessa onda. O cansaço desse discurso começou a ficar cada vez evidente nas últimas eleições. Em particular o discurso de que a coisa pública deve ser tratada com zelo, perdeu o apelo. Não porque deixou de ser importante, mas porque na verdade, por si só, isso não pode se constituir em política de governos. É obrigação. Novas lideranças não apareceram com um novo discurso que entusiasmasse e mostrasse uma nova direção. De quebra, o rigor no ser e parecer ser ético parecem estar perdendo a força da mesma forma que a falta de direção para o futuro. Outro fator que considero relevante é que nossa política sempre foi marcada pela existência de lideranças fortes (época dos coronéis ilustra, mesmo sem exclusividade). Hoje não temos mais nenhuma dessas lideranças atuantes. A eleição para prefeito vem aí e não aparenta trazer nenhuma novidade que mude essa realidade (pelo menos em termos dos candidatos. Quanto aos projetos, vou esperar para falar algo). Ou seja, estamos em vácuo de propostas e de líderes. Até quando?

terça-feira, 17 de junho de 2008

Everybody Wants to Rule the World

O título desse texto (significa algo como Todo Mundo Quer Governar o Mundo) é o nome de uma música do conjunto Tears for Fears. Foi um hino dos anos 80 de ode a liberdade. Bem típico das músicas deste grupo inglês que caracterizou-se pela mensagem de protesto com um forte viés psicodélico. Essa expressão do título foi a primeira que me veio à cabeça quando, na minha viagem a Itália, surpreendi-me enormemente com uma lei que regula o acesso a Internet por lá. Sob o argumento de que é preciso dar subsídios às forças de combate ao terrorismo, todo acesso a Internet deve obrigatoriamente identificado e é monitorado pelo Estado. Nos hotéis, nos cybercafés, escolas, em qualquer canto, o usuário que está acessando a rede deve estar identificado. Soube que em alguns outros países europeus há normas similares, mas nunca tão rígidas como as italianas. Me pergunto o quanto leis como essa não induzem a ilegalidade. De qualquer forma, ofereço aos amantes da liberdade e do Tears for Fears o vídeo abaixo.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Cargueiro movido à Kite

Exemplo interessantíssimo de inovação é o novo sistema de propulsão desse cargueiro de 132 metros da Alemã Beluga denominado “SkySails”. Trate-se de uma vela gigante de kite (pára-quedas esportivo usado normalmente em kitesurf) de 160 metros quadrados que é usado complementarmente ao sistema tradicional de motorização do navio. A economia chega a ser de 20%, o que significa 2,5 toneladas de combustível. As previsões da companhia é de que, no ano que vem, um kite de 300 metros quadrados levará a uma economia de mais de 30% de combustível. Maiores informações sobre o projeto podem ser vistos aqui.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Kings of Convenience

A rádio personalizada da Lastfm ao lado está mudando novamente. Desta vez estou sugerindo um estilo pop-folk indie jovem e bem inovador. O Kings of Convenience (www.kingsofconvenience.com) é uma grata novidade vinda da Noruega. Uma produção independente de dois rapazes que em muitos momentos me lembram Simon e Garfunkel pela forma complementar de suas vozes. Acrescentam ainda acordes de violão, violino e às vezes de banjo de grata felicidade. Outro fato interessante dessa dupla é que eles representam um excelente exemplo dos novos mecanismos de distribuição de áudio-visual no mundo. Eles têm uma produção independente, gravadora própria, não tem contratos para distribuição de suas músicas e por isso usam a web fortemente como instrumento de divulgação de seus sucessos (aliás, a denominação indie vem do inglês independente). Abaixo dois clipes da dupla tirado do Youtube (não se deixem enganar pelo fato dos caras serem bem desajeitados, a música é bem agradavél!).

quarta-feira, 11 de junho de 2008

iPhone 3G em 11 de Julho

A revolução Mobile Web 2.0 está em curso. 11 de Julho será o dia em que o novo iPhone estará sendo vendido em mais de 70 países. Steven Jobs anunciou na conferencia mundial de desenvolvedores da Apple na semana passada. As características novas vão desde o aspecto estético até a questão da performance de transmissão de dados e de tempo de autonomia. No entanto, o que considero mais relevante é a inclusão do GPS. Abre definitivamente o caminho para aplicações baseadas na localização das pessoas que, em conjunto com as ferramentas de participação, vão fazer detonar a Web 2.0 Mobile. Vou falar sobre isso em mais detalhes no futuro. Por enquanto, vejam o vídeo de divulgação de Jobs. Ah, ia esquecendo um “pequeno” detalhe: somente por U$ 199,00!

terça-feira, 10 de junho de 2008

Naufrágio no Presídio


O GoogleMaps agora tem uma opção de visualização de fotos postadas pelos usuários. Ao explorá-lo, achei essa foto que considerei genial em algum lugar entre a praia do Presídio e a praia do Iguape. Lembrou-me minhas aventuras (raras) off road e do quão perigosas elas podem ser. A bela paisagem pode ser explorada no Maps com a opção satélite e indica o que pode motivar alguém a enfrentar os riscos. A foto abaixo é a ampliação da que está no Maps acima. Ela foi retirada do Panoramio (http://www.panoramio.com/photo/1724437) e postada lá por TomLins.

Boston vs Lakers

A final da NBA deste ano é um regalo para os amantes do basket. Boston Celtics e Los Angeles Lakers fazem o duelo mais tradicional desse esporte no mundo. Um jogo marcado de histórias fascinantes e de decisões memoráveis. As mais marcantes na década de 70 onde Larry Bird pelo lado do Celtics competia contra Magic Johnson e Kareem Abdul Jabar do Lakers. Falar desse jogo serve também para lembrar como um mundo era “grande” na época de minha adolescência. Acompanhava o resultado dos jogos da NBA por uma revista importada que, de vez em quando chegava na banca do aeroporto. “Admirávamos” os lances pelas fotos acrobáticas dos jogadores com seus Converse All-Star Chuck Taylor que todo garoto que jogava basket sonhava em ter. Aliás, eu tive dois desses em toda a minha vida, um preto e um vinho, que meu pai comprou na Zona Franca de Manaus (reservas de mercado típicas da época não permitiam que o mesmo fosse vendido no Brasil). Hoje posso assistir todos os jogos pela TV a cabo e ainda posso escolher os melhores lances na Internet. A globalização tem na NBA um de seus melhores exemplos. É vista no mundo todo, com jogadores de diversas nacionalidades e vende como ninguém the American Way of Life.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Inovação na Web e Desvatação de Culturas

Extremamente agradável minha visita ao espaço Gafanhoto(denominado de devastação de culturas) na semana passada. Só lembrando, Gafanhoto é um ambiente de colaboração na Web (espaço virtual), capitaneado por Cazé, e que consiste também de um prédio (espaço físico) na capital paulista. O pessoal do Gafanhoto, da Yahoo e da LiveAD (empresa de eventos) está de parabéns. Muita qualidade em todos os quesitos marcou o evento. Lá pude apresentar WikICrimes para uma platéia atenta e muito consciente dos desafios de um projeto dessa espécie e, por isso mesmo, com a capacidade de fornecer feedback muito enriquecedores. Não me decepcionei. A troca de opiniões foi muito valiosa e pude conhecer alguns atores importantes do contexto atual da web brasileira. A primeira coisa que me chamou a atenção foi o quão eclética era a platéia. Gente de todas as áreas, formações e idades. Pude inclusive conhecer o conterrâneo cearense Gilberto Knuttzz , do ueba e xpock, que está baseado aqui em Fortaleza, mas não nos conhecíamos. O debate sobre inovação na web foi o ponto alto do evento. O depoimento do pessoal da Yahoo reforçou as linhas gerais do que deve dirigir a inovação na Web. Muita interação com a comunidade, clientes e usuários e o lançamento de aplicações simples, que evoluam o tempo todo em função do feedback dos usuários. O Yahoo live (live.yahoo.com) é um exemplo dessas inovações e a transmissão do evento no Gafanhoto exemplificou seu uso (vejam abaixo uma foto da tela do Yahoo live que estava sendo projetada na sala). Pude abordar alguns aspectos que já fazem parte desse blog (veja textos sobre isso clicando aqui , aqui e aqui) , mas em particular, ressaltei a necessidade da proximidade Universidade-Empresa para fomentar inovação. Gozado é que logo em um Estado onde abundam Universidades de categoria, não vi participantes da PUC, USP, UNICAMP ou outras universidades. Mesmo que com adaptações ao contexto brasileiro, a maioria das iniciativas da web brasileira ainda está reproduzindo o modelo já bem sucedido no exterior. Há espaço para isso e sem dúvida é um bom começo, mas precisamos ir além. Uma característica marcante do mundo web é que a competição é global. Temos que pensar em criar soluções inovadoras que conquistem o mercado internacional. É aqui que se situa nosso grande desafio. Ainda hoje nossas grandes empresas (tradicionais) têm enorme dificuldade de se tornarem multinacionais. Se pensarmos num mercado global de cultura estamos mais entre os que têm cultura devastada. Estivemos sempre na defensiva e passivos nesse processo. Na web não poderemos cometer o mesmo erro e não consigo pensar que isso possa acontecer sem uma interação forte com o ambiente acadêmico (Yahoo e Google que o digam).

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Não Alimentemos Expectativas com o Mito da Internet nas Escolas

A minha recente viagem a Itália, mais especificamente a Natz, uma pequena cidade meio italiana meio alemã, me fez refletir novamente sobre a questão da Internet nas escolas. Em Natz, visitei uma escola primária (não sei muito bem se é essa a categorização oficial de hoje em dia, mas enfim, escola para crianças de até 12 anos). Lá percebi que eles não têm nenhuma estrutura especial de acesso a Internet. Têm um link que é usado esporadicamente quando a ocasião requer, mas não podemos dizer que usam a Internet com fins educacionais. É o final dessa frase anterior que me dá o mote à reflexão. Vejo hoje em dia no Brasil um discurso excessivamente entusiasmado, eufórico e quase alienado (e talvez alienante) do “levar a Internet às escolas”. Quase que unanimemente escuto de políticos, gestores públicos, mídia, até mesmo professores, enfim a sociedade em geral, clamar por esse objetivo, alçando-o a condição importante para a melhoria da educação nacional. Mas não consigo parar de me perguntar: será que devemos alimentar essa expectativa? Onde está o plano educacional para o uso da Internet nas escolas? Temos um projeto que articule o uso do computador para ensino e onde os professores saibam tirar proveito das potencialidades que o mesmo, ligado a Internet, pode aportar? Temos condição de dar às escolas infra-estrutura em termos de equipamentos e obras físicas para que todos os alunos usem o computador com a freqüência que seria suficiente para fins educacionais? Nossos professores são capacitados para o uso do computador como ferramenta educacional? Temo que a resposta para essas questões não nos permitam ficar tão eufóricos. Percebam que não estou querendo dizer que não devamos perseguir o objetivo de levar Internet às escolas. Só que quero esclarecer que sempre que penso no “levar a Internet para as escolas” gosto de adicionar o “com fins educacionais”. Usar a Internet de per si não me parece uma atividade que requer ensino e deva estar em currículos escolares. Os jovens aprenderão a fazer isso em casa, em cyber cafés, clubes, na casa de amigos ou seja aonde for pela simples razão de que a web, principalmente através das redes sociais, se tornou uma nova forma de se comunicar (Orkut que o diga). Gosto sempre de dar exemplo de como seria interessante ter uma aula de geografia usando o Google Maps e o Google Earth. Fazer zooms em países, cidades, capitais, montanhas, calcular distâncias, verificar quem é vizinho de quem. Todos esses conceitos podem ser explorados de forma dinâmica e interativa. No entanto, um exemplo simples como esse seria dificílimo de ser implementado na maioria de nossas escolas com acesso a Internet (mesmo nas escolas privadas). Os professores não têm o domínio do computador, muitos não sabem nem o que é Google Earth, não há computadores suficientes para todos os alunos de todas as turmas de Geografia das escolas (e olhe que estou só na geografia), não há infra-estrutura de aterramento elétrico para instalar os computadores, a banda de transmissão de dados não é suficiente para ter vários acessos do Google Earth ao mesmo tempo, ufa! Vou parar por aqui. O fato é que esses problemas vão sempre ficando para depois e continuamos bradando que estamos batendo recordes de escolas ligadas a Internet. O presidente da FUNCAP (Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico), prof. Tarcísio Pequeno, tem mencionado que recentes avaliações sobre a qualidade dos alunos públicos, mostram que alunos de escolas com acesso a Internet não apresentaram rendimento superior aos que estudam em locais onde o acesso não existe (aliás, os rendimentos foram muitas vezes piores!). Em resumo, não quero ser muito amargo sobre a questão (mais do que já fui?!), mas talvez se tivéssemos uma campanha do tipo: "levemos o acesso garantido do aprendizado da tabuada e da redação às escolas", aí sim, me sentiria mais confortável em alimentar expectativas de bons resultados educacionais.

terça-feira, 3 de junho de 2008

WikiCrimes no Gafanhoto

Nessa quarta-feira estarei em São Paulo no Espaço Gafanhoto (www.gafanhoto.com.br) discorrendo sobre WikiCrimes e debatendo com outros inovadores da web no Brasil e com inovadores americanos da Yahoo. O evento está sendo chamado de Gafanhoto Web Innovation. O site Gafanhoto (devastando culturas) é uma iniciativa brasileira capitaneado por Cazé Peçanha e vem se tornando espaço obrigatório para aqueles que acompanham a Web 2.0 no Brasil. Veja a programação abaixo:
13:30 - Welcome drinks
14:00 - Abertura
14:20 - Palestra 01 - Gilberto Knuttz (Xpock)
14:40 - Palestra 02 - Marco Gomes & Marcos Tanaka (Boo-Box)
15:00 - Break
15:20 - Palestra 03 - Vasco Furtado (WikiCrimes)
15:40 - Debate Sobre Inovação (Mediação de Manoel Lemos, com Gilberto Knuttz, Marco Gomes, e Arthur Lima)
16:20 - Break
16:40 – Apresentação time Brickhouse – Inovação
17:10 – Live Tour com Y! Live nos escritórios da Brickhouse
17:30 - Q&A
18:00 – Happy Hour com banda Plano B
O evento será transmitido ao vivo por dois canais : http://live.yahoo.com/gafanhoto com tradução simultânea durante a apresentação dos membros do Yahoo! Brickhouse e http://live.yahoo.com/gafanhoto2 para acompanhar o evento sem intervenções. Para maiores informações e inscrições clique aqui .

A Vergonha do Basquete Master na Bahia

Costumo comentar o quanto tem sido agradável participar das competições de basquete master. Eu que fui atleta durante tantos anos (mas nem tanto tantos!) estava sentindo saudades do friozinho na barriga antes de uma final de competição ou partida decisiva. O desafio competitivo e as euforias que ele traz são inebriantes e, para um atleta master (melhor do que ex-atleta, né?), são por demais nostálgicas. Além do aspecto competitivo e rejuvenescedor, outra característica habitual deste tipo de evento é a reunião fraterna entre os jogadores. São momentos de reencontros e de recordações entre amigos e ex-oponentes. Os jogadores estão normalmente acompanhados por suas famílias, o que aumenta o congraçamento entre todos. Infelizmente, por estar em viagem de trabalho na Europa, não pude comparecer a Salvador na última semana para competir no campeonato Norte e Nordeste. Tomei conhecimento, no entanto, de que tive sorte em não ter ido. Uma desagradável cena aconteceu na competição e que a manchou fortemente. Um ex-atleta da Bahia (um tal de Jandiro, que certamente nunca teve a real dimensão do que é ser um atleta), no final de um jogo decisivo contra a Paraíba, forneceu deliberada e reiteradamente a bola para um adversário da Paraíba para que o mesmo fizesse uma quantidade de pontos que gerasse a desclassificação da equipe do Ceará. Pois é, o espírito esportivo e de respeito foi para o espaço. Difícil saber o que passa na cabeça de um cidadão desse. Mas o mais marcante é a reação dos outros integrantes da equipe baiana e dos paraibanos. Ninguém se posicionou e ainda hoje nas listas de discussão por emails, os participantes do certame, inclusive os de outros Estados não envolvidos diretamente, não imputem nenhuma responsabilidade aos outros envolvidos. Na verdade, isso não me surpreende muito. Temos uma grande dificuldade em imputar responsabilidades indiretas. Acostumamo-nos a encontrar o bode expiatório e responsabilizá-lo por toda a maracutaia (para usar um termo em voga). Nesse caso do basquete nem foi preciso muita força para achar o culpado, mas não é difícil perceber que não teria conseguido fazer tudo sozinho. De qualquer forma, o mínimo que se pode fazer é denunciar. Foi nesse intuito de que escrevi esse texto.

domingo, 1 de junho de 2008

Memórias Italianas

Estive na Itália semana passada em função de mais uma reunião relativa ao projeto SAMBA (Televisão Interativa Digital). Pude revisitar alguns lugares que tinha ido há mais de 15 anos e ainda pude conhecer alguns pequenos lugarejos no interior. Abaixo alguns comentários com fotografias de curiosidades percebidas na viagem.

Falta de espaço para transitar e estacionar é algo comum nas ruas das cidades italianas. A preferência por carros pequenos é assim compreensível. Vejam como se pode estacionar com o Twingo da Renault.




Uma escola italiana em Natz onde os alunos só aprendem o alemão . Esse é o laboratório de informática de lá.


Muita massa e uma dica para um dos melhores restaurantes que já fui na minha vida (e com muito bom preço). A Le Due Spade em Trento. Aconselho o menu a base de aspargos frescos. Até a sobremesa era a base de aspargos.


A placa abaixo é de uma campanha contra a compra de produtos falsos. É incrível como tem pirataria de produtos produzidos lá mesmo na região.