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quarta-feira, 5 de março de 2008

Estamos nos Suicidando?

Dando continuidade às minhas reflexões sobre leituras de textos que revisitam teorias econômicas, li uma reflexão muito interessante de Gary Becker no blog Freaknomics (www.freakonomics.com). Este grande economista (Nobel de economia em 1992) relata que já aplicou a abordagem econômica a quase tudo como a fertilidade, educação, crime, etc. Aliás, li alguns artigos científicos escritos por ele sobre crimes e punições. Ele foi um dos primeiros a formalizar a noção de crime pelo ponto de vista de custos e benefícios dos criminosos. Voltando ao blog Freaknomics. Becker acha curioso a forma como as pessoas resolvem conflitos de metas contraditórias e exemplifica como algumas escolhas são surpreendentes. Boa saúde e longa vida são metas importantes para a maioria das pessoas, mas com certeza não são as únicas: de alguma forma uma saúde melhor ou a vida longa precisam ser sacrificadas porque elas conflitam com outras metas, como viver socialmente (o que nos faz beber álcool, comer mais do que o necessário, dormir tarde, etc.). Portanto, segundo a abordagem econômica, a maioria das mortes se constitui a uma forma de 'suicídio', no sentido de que elas poderiam ter sido postergadas caso fossem investidos mais recursos no prolongamento da vida. Esse tipo de reflexão me fez imediatamente lembrar da crítica à racionalidade que vem tomando corpo e que comentei no texto passado. Não somos muito racionais ao agir assim, não?

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