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segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Vícios Privados, Benefícios Públicos

Fui introduzido a expressão título desse texto recentemente com a leitura do livro de Eduardo Giannetti “Vícios privados, benefícios públicos? A ética na riqueza das nações” e que inseri na lista de sugestão ao lado. Provavelmente, os mais afeitos às teorias e filosofias econômicas já a conheciam por representar a filosofia de Mandeville que apregoa que o equilibrio de uma sociedade não pode depender essencialmente da bondade de cada uma das pessoas. Há que se construir instituições que consigam gerar um bem-estar coletivo a partir dos homens, tal como eles são, com seus egoísmos e ambições. A livre concorrência é o grande exemplo onde cada concorrente é movido pela sua ganância, mas o sistema se ajusta para produzir qualidade de serviços, baixos preços e, consequentemente, qualidade social. Mas não foi nenhum interesse pela economia que me levou ao livro de Giannetti, mas a questão ética. Os leitores desse blog já leram alguns textos sobre a cultura cidadã (acesse um deles aqui) e de como a questão da ética pode ter impacto na vida em comunidade. O livro de Giannetti discorre exatamente sobre a questão ética e de como ela tem sido (ou deveria ter sido) levada em conta pelos pensadores econômicos. Trata-se de uma leitura bem didática que apresenta ao leitor a história do pensamento econômico ocidental com um viés muito interessante para a questão da ética. Giannetti faz uma análise comparativa da filosofia de diferentes pensadores com o objetivo de mostrar que a filosofia econômica não pode desprezar como a questão ética é presente na sociedade. Encontrei muita fonte para extrapolar minhas próximas leituras. Por exemplo, descobri alguns trabalhos de filosofia que discutem a questão de se aderir a normas e leis (clique aqui para ler um pouco mais do que escrevi sobre isso). Aronson em The Social Animal e Elster em Cement of Society discutiram os conceitos de submissão, identificação e internalização. A submissão às normas se dá por receio de punição. A identificação é a adesão a normas pelo desejo de ser respeitado pelos outros. Por fim ,a internalização que advém de uma reflexão ética sobre a norma e assim segui-la é uma ação de resposta a si mesmo. O sucesso de se ter uma norma seguida em uma sociedade depende da capacidade de se criar “expectativas convergentes” (receio de punição, controle social e assimilação ética) dos membros da sociedade. Vê-se aqui os mesmos conceitos mencionados nos textos de Mockus sobre a cultura cidadã, mas ainda uma extrapolação para uma questão de assimilação da ética. O problema identificado por Mockus, e que me chama a atenção toda vez que penso sobre isso, é de como fazer os membros da sociedade se submeterem, se identificarem e internalizarem as normas e regras criadas para regular a vida comunitária. Ter a sensibilidade de identificar os momentos, a ordem e o grau de intensidade para que a sociedade se auto-regule é que me parece um desafio que é bem atual.

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi,

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