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quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Inovação Tecnológica na FIEC

Essa semana a Federação das Indústrias do Estado do Ceará promoveu um evento centrado na temática da inovação. Uma louvável iniciativa que deveria deixar-nos esperançosos de que um futuro melhor se apresente na difícil tarefa de se conseguir mais produtividade na economia cearense. Na abertura do evento ocorreu uma apresentação do presidente da Caloi, o Sr. Edson Musa. Antes da apresentação do palestrante convidado para falar sobre inovação tecnológica, ouvi do presidente da FIEC seu diagnóstico de porque a indústria não investe em pesquisa: alta carga tributaria(sic). Lembrei-me de um dos primeiros textos que escrevi neste blog (clique aqui para acessá-lo ) que admitia mea culpa, de nós professores, por não termos sido hábeis suficientes para formar nossos empresários com uma visão de que pesquisa científica é investimento. Felizmente o palestrante convidado, durante sua apresentação, fez um diagnóstico bem mais elaborado para a pergunta: Porque a indústria não investe em pesquisa? Basicamente os seguintes fatores foram enumerados: i) o desenvolvimento de produtos foi historicamente destinado ao para mercado interno o que não levou a muita competição; ii) um mercado protegido ou pelo governo ou por situações de monopólios e oligopólios que também reduzem a competição; iii) Instabilidade econômica do País que favoreceu a visão de curto prazo; iv) Altos custos e baixa disponibilidade de recursos; v) Excesso de Burocracia; vi) Cultura de cópia de produtos americanos e, vii) baixa interação Universidade-Empresa. Eu adicionaria a esses fatores o puro desconhecimento dos empresários do que vem a ser a pesquisa, o que favorece a aceitação de clichês pejorativos da atividade e dos pesquisadores. Gostei especialmente de uma opinião do palestrante com a qual concordo fortemente: a competitividade microeconômica é um índice muito mais confiável para medir a riqueza de um país. Ou seja, a relação número de pequenos negócios em relação ao total de negócios dá um tom de quão dinâmica e emergente é a economia. Veja que essas observações vão ao encontro às minhas observações em textos anteriores de que a formação de doutores empreendedores, as incubadoras e o incentivo a criação de empresas com capital de risco, tipo modelo Vale do Silício, devem ser perseguidas para dinamizar a economia (veja texto sobre assunto aqui). Outra grande notícia trazida pelo palestrante foi a de que Empresas, como a Natura, estão criando um conselho de ciência e tecnologia e colocando professores universitários para participar do mesmo. Desta forma se consegue um processo de aproximação com a abertura das portas da Empresa o que facilita a identificação de oportunidades. Resta-nos esperar que as Empresas cearenses sigam a mesma idéia (e que não esperem os impostos baixarem para fazerem isso!).

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