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sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Rio de Janeiro

Na semana passada estive no Rio de Janeiro. Foi a segunda vez que voltei àquela cidade depois de meu retorno da Califórnia. Quando vou ao Rio meus sentimentos são tão confusos que tenho uma enorme dificuldade de escrever algo sobre os mesmos. Acho que é um sentimento que deve ser muito comum nos visitantes da cidade. Vou arriscar declará-los do jeito que vier. Há uma mistura de incansável admiração pelas belezas naturais com um enorme espanto pela forma deletéria com que nos apropriamos dessa beleza. Falamos muito de degradação do meio ambiente ao nos referirmos às florestas, mares e áreas naturais vastas. Somos menos enfáticos quando essa degradação se dá dentro de cidades. Parece-me que há um certa condescendência com o fato de que não há mais como resolver os estragos feitos. O Rio, no entanto, me provoca. Não quero me referir à questão das favelas e outras áreas pobres que contrastam com suas belezas. Isso não é uma exclusividade carioca mesmo entendendo que a geografia da cidade e a forma como os morros foram ocupados dão um contorno especial a paisagem. O que me saltam os olhos são as agressões à cidade que foram sendo feitas gradativamente com o mau uso do dinheiro ou do espaço público. Em vários pontos da cidade se percebe obras agressivas (no sentido de que agridem a beleza da cidade), prédios grandes abandonados, poluição visual provocadas pelo poder público ou por sua omissão, ocupação desordenada dos espaços públicos e poluição de riachos, lagos e mar. Novamente, isso não é exclusivo do Rio, pois infelizmente é comum em nossas grandes metrópoles. Só acho que o efeito contraste (belo e feio) torna os problemas mais evidentes. O mais paradoxal é que não acho que esses problemas estejam ligados a falta de dinheiro. Muito pelo contrário. Vejo uma pujança econômica no Rio que vem de todas as direções. Há uma forte classe empresarial atuando no setor terciário, há a Petrobrás que tem um tremendo impacto na economia, há muita arrecadação de impostos que permite projetos públicos que quase sempre são de grande monta e sobretudo, a forte presença da academia representando o que há de melhor no Brasil em muitas áreas de estudo. Como conseguimos? Não há como não ter sentimentos antagônicos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Professor Vasco,


Sei que o senhor é um estudioso da Segurança Pública. Gostareia de ler algo sobre a capacitação dos policiais que vivem em um eterno stress.

Ouvi falar que para implantar logo o Ronda do Quarteirão, a Sec. Segurança diminuiria o tempo de treinamento dos policiais de 6 para 3 meses. É verdade ?

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