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terça-feira, 27 de março de 2007

Interagindo com o Computador Somente com o Olhar

Na semana passada assisti uma defesa de tese de doutorado em Stanford que vale a pena comentar. O aluno Manu Kumar do Professor Terry Winograd (que também foi orientador de Larry Page antes dele deixar o doutorado para fundar a Google) apresentou um trabalho muito interessante e que certamente será algo muito utilizado no futuro. Ele estudou o comportamento do ser humano ao interagir com o computador apenas com os olhos. A tecnologia de rastreamento da visão consiste do uso de uma câmera que foca nos movimentos da pupila e em um infravermelho que reflete a córnea da pessoa que está usando o computador e assim consegue descobrir para onde ele está olhando na tela. Ainda há algum trabalho a ser feito para que a tecnologia fique totalmente confiável e acessível (o hardware de rastreamento da visão custa em torno de U$ 25.000,00), mas algumas soluções simplificadas estarão no mercado em breve. Na sua tese, Manu desenvolveu algumas aplicações interessantes em que a tecnologia de rastreamento da visão é usada em conjunto com outros dispositivos de interface. Uma das aplicações usa, conjuntamente, o rastreamento da visão e o teclado. Ele mostrou que quando se está lendo um texto e se tecla page down (tecla de rolagem da página para baixo) normalmente as últimas linhas do texto que se está lendo são perdidas, pois saem da visão do usuário. Com o uso conjunto das duas tecnologias isso não acontecerá mais. O computador identifica para onde o usuário está olhando e quando ele tecla page down a página só rola até a linha que ele estava olhando. Outra aplicação interessante é o teclado visual , onde o usuário ao invés de digitar uma senha no teclado, escolheria os caracteres somente através de seu olhar. A aplicação já está sendo negociada com bancos. Além do aspecto inovador da pesquisa, outra coisa me chamou muita atenção. A tese de doutorado foi defendida em quatro anos e nove meses e durante este tempo além de publicações científicas, dois pedidos de patentes foram feitos. A preocupação de se gerar uma inovação e colocá-la no mercado é algo comum aqui em Stanford. Não é a toa que HP, Google, Yahoo, Sun, só para citar alguns, nasceram aqui.

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